Pedidos de vista adiam votação do PL da Desoneração no Senado

Texto tramita na Comissão de Assuntos Econômicos e deve voltar à pauta na próxima semana

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou nesta terça-feira, 17, para a próxima semana a votação do projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia.

Após o senador Angelo Coronel (PSD-BA), relator da proposta, ler seu relatório, governistas - entre eles a cearense Augusta Brito (PT) - pediram vista (ou seja, que fosse dado um prazo para a análise do texto).

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A decisão aconteceu após Coronel apresentar seu parecer mantendo o dispositivo aprovado pelos senadores estendendo a desoneração na folha de pagamentos a municípios de até 156 mil habitantes.

O projeto já foi aprovado no Senado e enviado à Câmara. Os deputados, porém, modificaram um dispositivo que tratava da desoneração na folha de pagamentos a municípios.

Alíquotas para prefeituras

O texto de Coronel reduz a alíquota previdenciária para as prefeituras de até 156.216 habitantes de 20% para 8% sobre a folha de pagamentos.

A Câmara havia modificado esse trecho, ampliando o benefício para todos os municípios, mas de forma escalonada - o que reduziria o impacto fiscal da proposta.

"O substitutivo [da Câmara dos Deputados], porém, ao escalonar e buscar estender a redução para todos os municípios do país - englobando, assim, os menos de 5% dos municípios que continuariam com a alíquota original de 20% -, acaba por majorar, na realidade, a alíquota de uma vasta e significativa parcela dos municípios que foram beneficiados pela proposição aprovada pelo Senado Federal", alegou o relator.

Impacto para o governo

A decisão é ruim para o governo federal, já que o impacto fiscal do texto aprovado no Senado é de cerca de R$ 11 bilhões ao ano, segundo os cálculos da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Caso o texto da Câmara fosse mantido, o impacto seria de algo em torno de R$ 7,2 bilhões anuais, segundo a CNM.

O governo gostaria que o texto fosse analisado somente após a reforma tributária - tentando ganhar mais tempo para tentar um acordo mais alinhado com parlamentares e com prefeitos.

O Palácio do Planalto deve vetar a desoneração para os municípios, mas ainda busca formas de compensação aos prefeitos. O argumento defendido por aliados do presidente Lula é que essa desoneração seria inconstitucional.

Limite e políticas públicas

O benefício às empresas acaba em 31 de dezembro de 2023 e gerou discussão entre os senadores. Para o senador Efraim Filho (União-PB), autor do projeto, a redução da tributação que a lei permite hoje facilita a geração de emprego.

"É importante não jogar esse tema para a reta final do ano. O maior desafio do Brasil hoje não é arrecadar mais, é empregar mais", afirmou.

Mas para o senador Rogério Carvalho (PT-SE), a renúncia na arrecadação do governo que a desoneração causa prejudica os mais pobres. Segundo ele, não há como cumprir as regras fiscais, diminuir a arrecadação e expandir políticas públicas. (Com Agência Senado)

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