Nova fase do Desenrola pode ter impacto positivo para economia no fim do ano, diz Febraban

A nova fase do Desenrola, que começa nesta segunda-feira, 9, deve ser positiva para a economia brasileira, na visão da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A entidade considera que com as dívidas renegociadas, o consumidor pode voltar ao mercado de crédito no período de festas de fim de ano, e também aposta no aumento da educação financeira.

"Você tem um consumidor que busca uma renegociação, entra no programa e começa a pagar suas dívidas em dia em um momento muito importante da economia, que é estimulada pelas festas de final de ano", diz o diretor de Produtos da Febraban, Rafael Baldi da Silva.

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A Febraban não traça projeções sobre o volume de dívidas que pode ser renegociado na nova fase do programa criado pelo governo federal. Na primeira, foram R$ 15,8 bilhões em crédito renegociado. No leilão que antecedeu a segunda etapa, 654 credores ofereceram desconto médio de 83%, ou um abatimento de R$ 126 bilhões.

Na nova fase do Desenrola, os consumidores acessam o site desenrola.gov.br, fazem autenticação com a conta da plataforma gov.br e conseguem ver todas as dívidas em seu nome que estão cadastradas no programa, bem como os descontos oferecidos. Em seguida, é possível selecionar as dívidas que quer pagar, o banco a quem o pagamento será feito e a forma de pagamento, se à vista ou em parcelas.

Segundo a Febraban, 17 bancos participam, entre associados e não associados à entidade. O desconto não muda entre um banco e outro, mas a taxa cobrada sim. O limite de renegociação é de R$ 5.000 por CPF.

A nova fase do Desenrola inclui a população com renda de até dois salários mínimos, cujas dívidas serão garantidas pelo Tesouro através do Fundo Garantidor de Operações (FGO), o mesmo do Pronampe. Nesta faixa, o governo estima que são 21 milhões de beneficiários, de um público total de 32 milhões de pessoas.

Além disso, também inclui dívidas junto a vários setores da economia, como varejistas e empresas de serviços públicos. Anteriormente, estavam incluídas no programa apenas as dívidas bancárias, e de pessoas com renda mensal entre dois salários mínimos e R$ 20.000. Não havia garantia do Tesouro para as operações.

Educação financeira e fraudes

O site de renegociação foi desenhado pela B3, que já fornece sistemas de renegociação para os bancos. Além do espaço para renegociar dívidas, ele inclui conteúdos de educação financeira que as instituições financeiras possuíam.

Baldi afirma que o Desenrola, que vai até o final do ano, pode dar um impulso ao assunto. "Acreditamos que o Desenrola possa ser um importante divisor de águas para que inclusive a população que teve as dívidas renegociadas possa contratar um crédito mais responsável", diz.

Segundo ele, o setor tem estimulado o público a procurar os canais oficiais dos bancos para fazer as renegociações, sem clicar em links enviados por outros locais. Toda a renegociação é feita pelo site, mas os passos posteriores se dão através dos bancos.

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