Desenrola: saiba como fazer o cadastro para participar do leilão

Agora, vem a fase que deve beneficiar a maior parcela de brasileiros. Isso porque contas de água, luz, telefonia e internet, educação, varejo podem ser revistas com desconto

08:16 | Out. 02, 2023

Por: Samuel Pimentel
Dívidas: técnicos e especialistas em educação financeira estarão em 27 agências centrais dos Correios (foto: FCO FONTENELE)

Próximo de iniciar a fase de negociação na próxima segunda-feira, 9, o brasileiro interessado em "limpar seu nome" pelo Desenrola vai precisar de cadastro no Gov.brVeja mais abaixo como se cadastrar para ter acesso ao programa.

Ter cadastro no Gov.br nos níveis Prata e Ouro é o que habilita para acessar o sistema de renegociação do Desenrola. A inscrição nessa plataforma já está disponível e pode ser feita pelo smartphone. 

O processo, no entanto, depende da aprovação do Desenrola no Senado. O projeto, fruto de uma Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem validade até a próxima terça-feira, 3. E, caso não seja votada, perde valor e o programa é suspenso.

Desde julho, o Desenrola já renegociou quase R$ 14 bilhões em débitos bancários de brasileiros de renda entre dois salários mínimos e R$ 20 mil, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Agora, vem a fase que deve beneficiar a maior parcela de brasileiros. O governo estima que aproximadamente 32 milhões de pessoas consigam renegociar débitos bancários e não bancários nesta fase do programa.

Isso quer dizer que contas de água, luz, telefonia e internet, educação, varejo etc podem ser revistas com desconto.

Desenrola: quem pode participar dessa fase e como serão os descontos? 

Para participar, é necessário se enquadrar no perfil: Pessoas que ganham dois salários mínimos ou que sejam inscritas no Cadastro Único dos Programas Sociais (CadÚnico) com dívidas de valores atualizados de até R$ 20 mil.

Entre 25 e 27 de setembro, ocorreram os leilões, que permitiram ao governo conseguir desconto médio de 83% nas dívidas. As dívidas com cartão de crédito, por exemplo, têm descontos que chegam a 96%.

Além dos descontos, as condições do Desenrola são diferenciadas e incluem o parcelamento em até 60 meses, com juros de até 1,99% ao mês, com parcelas que podem ser de pelo menos R$ 50.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, observou ao fim das rodadas de leilões que o programa de renegociação de dívidas Desenrola cobra uma solução ao problema das dívidas com o rotativo do cartão de crédito, que representa um dos maiores motivos da entrada de brasileiros em cadastros de crédito negativos.

Durante a apresentação dos resultados do leilão para credores realizado nesta semana, Haddad chamou a atenção para a emenda do projeto de lei do programa, a ser votado pelo plenário do Senado na segunda-feira, que dá 90 dias para o Conselho Monetário Nacional (CMN) resolver a questão do rotativo. (Com Agência Estado)

Leilão do Desenrola renegocia dívidas com média de 83% de desconto

O leilão do programa Desenrola Brasil realizado entre a segunda-feira e a quarta-feira atingiu desconto médio de 83%, ou o equivalente a um abatimento de R$ 126 bilhões, na renegociação de dívidas com valor bruto de R$ 151 bilhões, excluindo desta cifra dívidas que não tiveram lances.

Assim, as dívidas foram reduzidas a R$ 25 bilhões, sendo que metade deste valor - envolvendo dívidas menores de R$ 5 mil - é garantido pelo Tesouro. "Não esperávamos esse resultado", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad na apresentação dos resultados.

No leilão, 654 credores deram lances de descontos para renegociação de dívidas negativadas tanto bancárias quanto não bancárias, como conta de luz, água, varejo, educação, entre outras.

O leilão foi voltado a brasileiros de baixa renda, que ganham até dois salários mínimos ou inscritos em programas sociais do governo federal.

Haddad disse que a preocupação agora é dar ao público segurança do sistema e fazer chegar às pessoas a oportunidade de renegociar dívidas com parcelas de até 60 meses.

Na próxima semana, 32 milhões de devedores beneficiados pelo programa - quantidade de CPFs que receberam lances - poderão se cadastrar no site do governo para renegociar dívidas nesta etapa do programa.

Desenrola: como fazer cadastro no Gov.br?

Para fazer o cadastro no Gov.br, é precisso acessar o site do governo federal, na área Governo Digital, ou baixar o app Gov.br nas plataformas Android e iOS.

Logo depois, é necessário que preencha suas informações de acordo com o nível que quer chegar: prata ou ouro. Com tudo isso feito, basta esperar o lançamento da plataforma de renegociação.

Desenrola: programa teve adesão dos brasileiros

Sete em cada dez brasileiros endividados aderiram ou pretendem aderir ao Desenrola. A conclusão é de pesquisa feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com o Ipespe.

De acordo com o levantamento, 73% dos entrevistados já aderiram ou pretendem aderir ao Desenrola, enquanto 24% não aderiram e nem pretendem. Na pesquisa de junho, em que o programa ainda não havia sido lançado mas já havia sido divulgado, os porcentuais eram de 65% e de 28%, respectivamente.

A adesão é mais forte na região Norte do País, em que 82% dos entrevistados disseram que entraram ou pretendem entrar no programa, e entre entrevistados com renda familiar mensal de até dois salários mínimos (77%).

A primeira fase do Desenrola, em vigor desde julho, abrange dívidas bancárias de clientes com renda familiar entre dois salários mínimos e R$ 20.000, ou seja, acima da faixa de renda que mais demonstrou entusiasmo com o programa na pesquisa. Entretanto, alguns bancos têm estendido as condições de renegociação a um público mais amplo.

Não há restrições a essa ampliação, mas o benefício que os bancos obterão com o programa, sob a forma de créditos fiscais, vale apenas para o público incluído no programa. A faixa de menor renda entrará "oficialmente" no Desenrola neste mês, e as renegociações contarão com garantia financeira do Tesouro.

O Desenrola também passou a ser mais conhecido pela população que em junho, com 70% dos entrevistados afirmando saber sobre o programa, contra 45% em junho.

A pesquisa da Febraban e do Ipespe também mediu o endividamento da população neste ano. Na atual rodada, 25% dos entrevistados afirmaram que estão mais endividados neste ano que no anterior, contra 20% na pesquisa de junho.

Em fevereiro, apenas 15% alegavam estar mais endividados agora. 38% afirmam estar menos endividados que em 2022, contra 40% em junho, e 53% em fevereiro.

Entenda como funciona o Desenrola Brasil no Dei Valor

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