Feira de artesanato tem potencial de movimentar mais de US$ 1,35 milhão
Na ocasião, 58 fabricantes de artesanato de 17 estados diferentes, incluindo seis do Ceará, participam de negociação com compradores de oito paísesArtesãos de 17 estados do Brasil se reuniram em Fortaleza para negociar vendas de produtos para o exterior. Na ocasião, 58 fabricantes de artesanato de 17 estados diferentes, incluindo seis do Ceará, participaram de rodada de negociação com 10 compradores de oito países diferentes.
Os negócios estão acontecendo nesta quarta e quinta-feira, 27 e 28, na quinta edição do Exporta Mais Brasil, programa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) dentro da quinta edição da Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce), que vai até o próximo domingo 1º, no Centro de Eventos do Ceará.
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No ano passado, essas rodadas de negócios do artesanato geraram US$ 1,35 milhão em negócios imediatos e nos 12 meses subsequentes à feira. Um detalhe é que em 2022 foram apenas 19 artesãos.
Apesar de ter o triplo de pessoas envolvidas nas vendas em 2023, a Apex evitou projetar o volume transferido nas exportações deste ano, mas reforçou que espera um número bem maior.
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O representante regional da Apex Brasil para o Nordeste, Sérgio Ferreira, explicou que as negociações são feitas cara a cara entre o artesão e os possíveis compradores, sob o intermédio de um tradutor. Ele deu detalhes ao O POVO de como as mesas funcionam.
"Serão mais de 320 reuniões nestes dois dias com compradores de Holanda, Reino Unido, Irlanda, Áustria, Estados Unidos, China, Japão e Jordânia. Temos janelas de 20 minutos de reuniões, onde eles podem estar expondo a diversidade da tipologia artesanal brasileira para esses potenciais compradores e mostrar como funciona", explicou.
Ele destacou ainda que boa parte desses interessados nas peças de artesanato possuem rede de lojas de decoração, museus, hotéis, entre outros empreendimentos, e estão querendo ampliar o portfólio com o "bastante extenso" artesanato brasileiro.
Já a assessora do gabinete da diretoria de negócios na Apex-Brasil, Rafaella Paulinelli, destacou a brasilidade dos produtos e os aspectos ESG como motivadores para o interesse internacional nestes produtos.
"Os compradores internacionais buscam trazer a tradição a cultura do que a gente vive aqui no Brasil e também aspectos das práticas de sustentabilidade, da parte social e de governança. Hoje a gente já tem algumas algumas obras de brasileiros expostas no exterior que foram adquiridos justamente em rodadas de negociação como essas", disse
Uma das artesãs envolvidas nas rodadas é a fortalezense Armênia Rocha, que produz luminárias artesanais na empresa dela, chamada Alumiar. Ela explicou que trabalha com palito de coqueiro e outras fibras orgânicas há 24 anos para desenvolver os seus produtos, como lustres, arandelas e abajures.
Ela conta ainda que o desejo pelo artesanato vem desde a infância, quando ela aprendeu a fazer os próprios brinquedos pela falta de recursos, como pipas e bonecas de pano, e foi desenvolvendo isso no futuro até entrar na faculdade de estilismo e moda e, posteriormente, montar o próprio negócio.
"Comecei com o conceito de trabalhar com artesanato com o que de melhor tinha em mãos, e fui estudar para desenvolver e resultar no que eu tenho hoje na coleção. Hoje nós temos oito colaboradores, todos eles assim chegam ao nosso atelier sem conhecimento algum e lá eles recebem toda técnica de aprendizado e manuseio para trabalhar fibra", contou.
Já Célia Freitas é de Juazeiro do Norte e atua com palha de milho fazendo bolsas, cestas e luminárias com a associação Genipoart. Ela disse que desde jovem trabalhava com artesanato, e que a associação ajudou ela a lapidar mais o trabalho, que só no primeiro dia de feira, já vendeu 90% de tudo que trouxe.
"Não sei fazer uma outra coisa a não ser mexer com a terra plantar o milho tirar essa palha e sonhar né com essa palha e fazer essas coisas dela. Hoje eu já trouxe a família toda para trabalhar comigo, e trabalhamos hoje com 18 famílias e mais de 30 pessoas", disse.
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