Feira de artesanato tem potencial de movimentar mais de US$ 1,35 milhão

Na ocasião, 58 fabricantes de artesanato de 17 estados diferentes, incluindo seis do Ceará, participam de negociação com compradores de oito países

15:45 | Set. 27, 2023

Por: Lennon Costa
RODADA de negócios segue até hoje (foto: FÁBIO LIMA)

Artesãos de 17 estados do Brasil se reuniram em Fortaleza para negociar vendas de produtos para o exterior. Na ocasião, 58 fabricantes de artesanato de 17 estados diferentes, incluindo seis do Ceará, participaram de rodada de negociação com 10 compradores de oito países diferentes.

Os negócios estão acontecendo nesta quarta e quinta-feira, 27 e 28, na quinta edição do Exporta Mais Brasil, programa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) dentro da quinta edição da Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce), que vai até o próximo domingo 1º, no Centro de Eventos do Ceará.

No ano passado, essas rodadas de negócios do artesanato geraram US$ 1,35 milhão em negócios imediatos e nos 12 meses subsequentes à feira. Um detalhe é que em 2022 foram apenas 19 artesãos.

Apesar de ter o triplo de pessoas envolvidas nas vendas em 2023, a Apex evitou projetar o volume transferido nas exportações deste ano, mas reforçou que espera um número bem maior.

O representante regional da Apex Brasil para o Nordeste, Sérgio Ferreira, explicou que as negociações são feitas cara a cara entre o artesão e os possíveis compradores, sob o intermédio de um tradutor. Ele deu detalhes ao O POVO de como as mesas funcionam.

"Serão mais de 320 reuniões nestes dois dias com compradores de Holanda, Reino Unido, Irlanda, Áustria, Estados Unidos, China, Japão e Jordânia. Temos janelas de 20 minutos de reuniões, onde eles podem estar expondo a diversidade da tipologia artesanal brasileira para esses potenciais compradores e mostrar como funciona", explicou.

Ele destacou ainda que boa parte desses interessados nas peças de artesanato possuem rede de lojas de decoração, museus, hotéis, entre outros empreendimentos, e estão querendo ampliar o portfólio com o "bastante extenso" artesanato brasileiro.

Já a assessora do gabinete da diretoria de negócios na Apex-Brasil, Rafaella Paulinelli, destacou a brasilidade dos produtos e os aspectos ESG como motivadores para  o interesse internacional nestes produtos.

"Os compradores internacionais buscam trazer a tradição a cultura do que a gente vive aqui no Brasil e também aspectos das práticas de sustentabilidade, da parte social e de governança. Hoje a gente já tem algumas algumas obras de brasileiros expostas no exterior que foram adquiridos justamente em rodadas de negociação como essas", disse

Uma das artesãs envolvidas nas rodadas é a fortalezense Armênia Rocha, que produz luminárias artesanais na empresa dela, chamada Alumiar. Ela explicou que trabalha com palito de coqueiro e outras fibras orgânicas há 24 anos para desenvolver os seus produtos, como lustres, arandelas e abajures.

Ela conta ainda que o desejo pelo artesanato vem desde a infância, quando ela aprendeu a fazer os próprios brinquedos pela falta de recursos, como pipas e bonecas de pano, e foi desenvolvendo isso no futuro até entrar na faculdade de estilismo e moda e, posteriormente, montar o próprio negócio.

"Comecei com o conceito de trabalhar com artesanato com o que de melhor tinha em mãos, e fui estudar para desenvolver e resultar no que eu tenho hoje na coleção. Hoje nós temos oito colaboradores, todos eles assim chegam ao nosso atelier sem conhecimento algum e lá eles recebem toda técnica de aprendizado e manuseio para trabalhar fibra", contou.

Já Célia Freitas é de Juazeiro do Norte e atua com palha de milho fazendo bolsas, cestas e luminárias com a associação Genipoart. Ela disse que desde jovem trabalhava com artesanato, e que a associação ajudou ela a lapidar mais o trabalho, que só no primeiro dia de feira, já vendeu 90% de tudo que trouxe.

"Não sei fazer uma outra coisa a não ser mexer com a terra plantar o milho tirar essa palha e sonhar né com essa palha e fazer essas coisas dela. Hoje eu já trouxe a família toda para trabalhar comigo, e trabalhamos hoje com 18 famílias e mais de 30 pessoas", disse.

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