Ceará é um dos beneficiados dos R$ 42 bi do complexo de saúde do Brasil; entenda

Estado vai receber a segunda unidade do Complexo Tecnológico de Bio-Manguinhos do Brasil para desenvolver pesquisa, inovação, desenvolvimento tecnológico na saúde

13:37 | Set. 26, 2023

Por: Lennon Costa
O MUNICÍPIO do Eusébio vai receber dois novos laboratórios para pesquisa (foto: JÚLIO CAESAR )

O Ceará vai ser um dos estados beneficiados com os investimentos para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. O presidente Lula vai assinar, nesta terça-feira, 26, o decreto instituindo a aplicação de R$ 42 bilhões para unidades do setor como estratégia para reindustrialização. Os valores para o Estado ainda não foram divulgados.

De acordo com o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Carlile Lavor, o primeiro laboratório do novo projeto no Estado já deve ficar pronto em novembro, instalado dentro do prédio já existente.

Além disso, outro prédio, já comprado, aguarda licitação para a criação de uma segunda unidade do Complexo Tecnológico de Bio-Manguinhos, que hoje só possui unidade no Rio de Janeiro, e é a principal responsável por pesquisa, inovação, desenvolvimento tecnológico.

"Já tem um profissional de Bio-Manguinhos que tá coordenando essa implantação, além de dois pesquisadores aqui do Ceará contratados para trabalhar em laboratório", afirmou ele, informando também que estão previstas muitas contratações de profissionais do Estado.

"Vai ter emprego para nossos doutores, nossos pesquisadores e mestres doutores que se formam no Ceará e estão indo embora para o Sudeste. Na pandemia, nós empregamos no laboratório 150 pessoas, mas ainda não tenho quantas serão abertas agora", explicou, informando também que ainda não há previsão de editais de contratação.

De acordo com o Governo Federal, atualmente, o setor da saúde representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB), garante a geração de 20 milhões de empregos diretos e indiretos e responde por 1/3 das pesquisas científicas no País.

Entre o investimento até 2026, serão R$ 9 bilhões previstos pelo Novo PAC. Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve participar com R$ 6 bilhões e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com outros R$ 4 bilhões. O Governo Federal prevê ainda aporte de cerca de R$ 23 bilhões da iniciativa privada.

O pesquisador comentou ainda sobre a importância desse investimento nos laboratórios, não só aqui para o Ceará, como também em todo o Brasil.

"A pandemia mostrou a nossa dependência de produtos farmacêuticos Então a gente caminha no sentido de ter mais desenvolvimento nessa área de produção da saúde para a gente não ficar tão dependente. Desde quando se planejou a Fiocruz no Ceará, um dos objetivos era implantar um polo estimulado", completou.

Ao todo, onze ministérios estão envolvidos na ação, coordenada pelas pastas da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além de nove órgãos e instituições públicas.

O lançamento da estratégia é resultado do trabalho do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis), recriado em abril de 2023. Durante esse período, o grupo focou em eixos prioritários que estão entre as principais necessidades do sistema público de saúde, para garantir a sustentabilidade do SUS.

Uma das prioridades é o reforço na produção de insumos que auxiliem na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças como tuberculose, doença de Chagas, hepatites virais, HIV, mas a iniciativa conta também com investimento no enfrentamento de agravos relevantes como doenças crônicas, dengue, emergências sanitárias e traumas ortopédicos.

No Complexo Tecnológico de Bio-Manguinhos do Ceará, Carlile informou que serão produzidos os biofármacos, nome dado aos medicamentos originados a partir de processos biotecnológicos, e que já está definido que tudo que está sendo produzido no Rio de Janeiro para esta área, venha para o Estado.

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