Usina de dessalinização de Fortaleza: reunião de consórcio com Coema será em 5 de outubro
Empreendimento tem investimentos previstos de R$ 3 bilhões, ao longo de 30 anos e deve beneficiar cerca de 720 mil pessoasO consórcio responsável pela construção da planta de dessalinização de Fortaleza confirmou neste domingo, 24, reunião com o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema) no próximo dia 5 de outubro.
A reunião com o Coema visa acelerar a emissão da Licença Ambiental e Licença Prévia pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). As obras previstas para começar nos primeiros meses de 2024 foram atrasadas em cerca de um ano, conforme avaliação da SPE Águas de Fortaleza.
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A razão para o atraso teria sido, a revisão feita no projeto, após questionamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) quanto a eventuais riscos às 16 redes de cabos submarinos de fibras ópticas que chegam à capital cearense via Praia do Futuro.
O projeto foi desenvolvido pelo consórcio formado pelas empresas Marquise, PB Construções e Abegoa Água, em parceria público-privada (PPP) com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). O prazo inicialmente previsto para que a usina entrasse em operação era o fim de 2024 e agora foi revisado para meados de 2026. Isso ocorreu porque na primeira versão do projeto havia pontos de captação e dispersão de água coincidentes com alguns cabos submarinos.
Após o recebimento de carta náutica apontando a posição dessa rede de cabos, uma segunda versão do projeto foi apresentada pelo consórcio e, posteriormente com os questionamentos da Anatel, uma terceira versão foi apresentada com alteração no ponto de captação em cerca de 500 metros.
No último dia 25 de agosto, o consórcio realizou audiência pública com moradores dos bairros Vicente Pinzon e Praia do Futuro, além de lideranças políticas para tratar de eventuais impactos socioambientais do novo projeto.
Na ocasião, os responsáveis pelo projeto informaram que a mudança não deve resultar em nenhuma nova desapropriação, mínimo impacto sonoro e nenhum relativo a maus odores, bem como baixo impacto para vida marinha.
O empreendimento tem investimentos previstos de R$ 3 bilhões, ao longo de 30 anos. A usina terá capacidade de produzir mil litros (ou 1 metro cúbico) de água potável por segundo e deve beneficiar cerca de 720 mil pessoas.
Segundo o consórcio, a produção do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da Dessal levou 18 meses, nos quais a Praia do Futuro foi apontada como o melhor ponto de captação.
“O projeto está avançando e, muito em breve, Fortaleza poderá contar com mais essa matriz hídrica tão necessária para evitar escassez de água”, exalta Renan Carvalho, diretor da SPE Águas de Fortaleza.
“O estudo foi feito de forma totalmente criteriosa. Na planta, o único ruído gerado é dos conjuntos moto-bombas, sendo que o barulho se assemelha ao produzido por estações elevatórias de água da Cagece”, detalha.
“O ambiente onde as bombas serão instaladas receberá tratamento acústico para que o ruído exterior se mantenha dentro do determinado pelas normas brasileiras””, acrescenta Renan.
O executivo conclui lamentando o atraso na obra e calculando que deixaram de ser captados 31 milhões de metros cúbicos (m³) de água dessalinizada, o equivalente a 3 milhões de carros-pipa. (Colaborou Lennon Costa)