EDP acerta venda de 80% de sua participação no Pecém

O acordo foi feito com um grupo de investidores brasileiros coordenado pela Mercurio Asset

Visando se desfazer da usina a carvão, a EDP acertou a venda de 80% da sua participação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. O acordo foi feito com um grupo de investidores brasileiros coordenado pela Mercurio Asset, uma gestora de recursos com expertise em ativos energéticos. Os valores da operação não foram divulgados.

De acordo com nota divulgada pela EDP, o acordo faz parte da estratégia da empresa de liderar a transição energética e "é um importante passo em direção ao objetivo de ser neutral em carvão até 2025 e 100% verde até 2030".

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A usina tem capacidade instalada de 720 megawatts (MW) e dá suporte ao sistema elétrico do Nordeste através de contratos de disponibilidade, a qual atingiu 98% em 2022, o maior índice desde a sua entrada em operação, segundo informou a EDP.

Mas a geração de energia pela térmica tem como insumo-base o carvão mineral, que chega pelo Porto do Pecém.

O contrato de operação nesse modelo estava assegurado até 2027, inicialmente, mas a continuação da operação já era dada como inviável diante dos compromissos ambientais assumidos pelo governo brasileiro que visam a eliminação de combustíveis poluentes como o carvão.

O contrato de venda ainda prevê condições para que a companhia tenha a possibilidade de vender os 20% remanescentes até o fim dos contratos de energia vigentes.

A Mercurio Asset nasceu de uma união da Mercurio Partners com a Horto Capital, que trazem como posicionamento combinar expertise em energia e mercado de capitais.

De acordo com publicação da Mercurio Partners, as empresas conduzirão estudos sobre as melhores alternativas para o funcionamento da planta após o plano plurianual (PPA), em vigor até 2027, utilizando fontes como o gás natural e biomassa.

A venda, no entanto, não inclui o projeto Pecém H2V que, em dezembro de 2022, gerou a primeira molécula de hidrogênio verde da empresa na América Latina, com essa modalidade se mantendo sob a tutela da EDP.

A unidade é composta por uma usina solar com capacidade de 3 MWp, para garantia de origem renovável, e um módulo eletrolisador de última geração, com capacidade para produzir 250 Nm3/h do gás.

De acordo com o secretário executivo de Energia e Telecomunicações da Secretaria da Infraestrutura do Ceará, Adão Linhares, a princípio, essa transição deve gerar uma mudança muito bem-vinda, tendo em vista que tanto a EDP, quanto o grupo Mercurio Asset, tem perspectivas de trabalhar com energias renováveis.

Ele ressaltou que os investimentos estão dando todos os indícios e os indicativos de que esse é um mercado "extremamente promissor".

"O que se espera é que esse grupo de investidores estejam olhando para o futuro, substituindo o carvão, os equipamentos e, consequentemente, o suprimento de combustível de carvão mineral para gás natural, e depois para hidrogênio verde. É muito bem-vindo esse investimento com essa característica", analisou.

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