Aumento no preço do diesel: veja impacto nos alimentos e na inflação

O peso dos impostos vai fazer com que o litro do combustível fique até R$ 0,11 mais caro nas bombas. Fim da desoneração acontece hoje

O fim da medida provisória 1175/2023, nesta terça-feira, 5, fará com que o litro do diesel fique até R$ 0,11 mais caro em todo o País, segundo cálculo da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).

O efeito esperado é o aumento dos alimentos com consequente reflexo na inflação.

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O valor corresponde à volta do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). No Ceará, onde o preço médio do litro é de R$ 6,32, o resultado é um aumento de 1,74%.

A alta acontece justamente em um momento de reajustes para mais dos combustíveis. Mesmo sem adotar a paridade de preços internacionais, a Petrobras atualizou a tabela de venda em 15 de agosto, na qual o valor do litro do diesel saltou 26% e teve impacto imediato nas bombas.

Aumento imediato no diesel

Desta vez, com a volta de PIS/Cofins, o consultor em energia Ricardo Pinheiro avalia que “não existe opção do dono do posto de aplicar parcialmente ou totalmente, visto ser tributo”. O impacto, ressalta o especialista, é o aumento na bomba sobre o total do preço, que inclui o preço na refinaria e custos de distribuição e venda.

“Visto que o petróleo insiste em subir de preço em dólar no mercado internacional e o dólar tem se valorizado em relação ao real nos últimos dias, os efeitos destes 3 componentes impactantes do preço doméstico dos combustíveis pode vir a se refletir em aumentos distribuídos no mês de setembro”, projeta.

Alta no diesel impacta na inflação

“Interessante observar que no Boletim Focus de hoje (ontem) já tem uma pequena elevação da expectativa do mercado em relação à inflação que saiu de 4,90% e foi para 4,92%. Então esse 0,02 já pode ser reflexo dessa volta”, observa o economista Ricardo Coimbra.

Ele alerta ainda que as cadeias produtivas nas quais o custo logístico seja ancorado principalmente no transporte rodoviário deverão sofrer mais com a volta dos impostos federais. Isso acontece com o grupo de transportes.

Mas a atenção especial se concentra nos alimentos. Com maior peso sobre a inflação, esses itens devem ser os de maior responsabilidade na elevação dos custos ao consumidor com a elevação dos combustíveis.

Perguntado se essa variação compromete o movimento de baixa da taxa básica de juros, a Selic, Coimbra disse que não, e que a tendência é que você mantenha uma redução da Selic em um patamar da ordem de 0,25%.

"Essa variação da alteração de PIS/Cofins meio que já estava precificada na última reunião do Comitê de Política Monetária. O que a gente vai ter que observar é se outras variáveis, tanto no mercado interno como no mercado externo, comportam-se ao longo do tempo, e se isso pode gerar outros impactos nas próximas tomadas de decisão lá no Comitê”, analisou, apontando para os mercados americano e chinês como principais influenciadores desse cenário.

Próximo aumento do diesel

Este deve ser apenas o primeiro de dois aumentos já previstos pela Fecombustíveis ao calcular o retorno de impostos após o fim de medidas provisórias. O próximo é previsto para outubro e corresponde à desoneração feita pela MP 1178.

Desta vez, a alta é mais significativa. São R$ 0,13 por litro no diesel A e R$ 0,555 no biodiesel, enquanto o diesel B tem impacto medido em R$ 0,1211 por litro, de acordo com os dados da federação.

“É pouco, mas é negativo para a inflação”, diz o consultor, ciente que o combustível tem relação direta com os transportes de pessoas e cargas - o qual gera um efeito sobre o preço dos alimentos, o de maior influência sobre a inflação.

Com Lennon Costa

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