Coordenador do projeto do Drex no BC admite que cronograma está atrasado e será revisto
O coordenador do projeto do Drex no Banco Central, Fabio Araujo, admitiu que o cronograma de desenvolvimento da CBDC (sigla em inglês para Moeda Digital dos Bancos Centrais) brasileira está atrasado e será revisto. Segundo Araujo, inicialmente estava previsto que a primeira fase do piloto do real digital terminaria entre fevereiro e março de 2024, mas agora deve ser finalizada em maio. O BC, contudo, ainda mantém a expectativa de fazer testes com a população na virada de 2024 para 2025 - final do mandato do atual presidente Roberto Campos Neto - grande entusiasta da iniciativa.
Araujo explicou que a conexão das instituições e empresas participantes do piloto à rede do Drex tem sido mais lenta do que o esperado. Ele citou que recentemente havia oito consórcios conectados, de 16 no total. Os consórcios são formados por instituições financeiras, empresas de tecnologia, plataformas de criptoativos, entre outros.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"A previsão de que todos estivessem dentro no mês de agosto infelizmente não será possível", reconheceu o chefe do Escritório de Segurança Cibernética e Inovação Tecnológica do Banco Central, Aristides Cavalcante, na live semanal da autarquia, que nesta segunda-feira tirou dúvidas do público sobre o Drex.
Ele completou que há desafios para conexão dos participantes, como a ampliação da infraestrutura tecnológica. O coordenador do Drex ainda disse que há também um debate grande sobre a escolha da tecnologia de proteção de privacidade. Segundo ele, há conversas do BC com grandes provedores, mas as soluções apresentadas até aqui ainda não estão adequadas para o nível de segurança que o BC precisa, com base na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). "É importante rever um pouco o cronograma."
Cavalcante reforçou que o principal objetivo da fase inicial do piloto do real digital é vencer o desafio de privacidade. "Esse é o principal objetivo: fazer transações seguras e aderentes ao estilo do sistema financeiro. A partir do momento em que a gente consiga superar esse desafio, a gente vai conseguir viabilizar um prazo sobre os primeiros casos de uso que estarão acessíveis à população", disse o técnico do BC.
Ele lembrou que, como o Open Finance, a moeda digital vai permitir que instituições autorizadas criem novos produtos e serviços para o cliente a partir da rede da CBDC. Já Fabio Araujo, afirmou que a moeda digital vai ajudar na prevenção à lavagem de dinheiro e outros crimes no sistema financeiro.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente