Caixa e BB anunciam que vão abaixar os juros após redução da Selic

De acordo com a presidente do Banco do Brasil, Taciana Medeiros, a queda dos juros está sendo construída ao longo de todo o primeiro semestre deste ano

08:30 | Ago. 03, 2023

Por: Fabiana Melo
A Caixa divulgou a redução de 1,74% para a partir de 1,70% ao mês nas taxas de juros do Crédito Consignado para beneficiários e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) (foto: José Cruz/Agência Brasil)

Os bancos públicos, Caixa e Banco do Brasil, anunciaram que vão abaixar os juros dos consignados. A decisão ocorre logo após o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic, juros básico da economia, em 0,5 ponto percentual.

A Caixa divulgou a redução de 1,74% para a partir de 1,70% ao mês nas taxas de juros do Crédito Consignado para beneficiários e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Já o Banco do Brasil, diminuiu taxas nas linhas de crédito consignado e automático, entre outros.

A exemplo da Caixa, o BB reduziu os juros do consignado do INSS. Nesse caso, taxa caiu de 1,81% ao mês para 1,77% ao mês, na faixa mínima, e de 1,95% ao mês para 1,89% ao mês no patamar máximo.

De acordo com a presidente do Banco do Brasil, Taciana Medeiros, a queda dos juros está sendo construída ao longo de todo o primeiro semestre deste ano.

“Elas possibilitam crédito mais barato para as famílias e para as empresas - especialmente as MPE (micro e pequenas empresas) - o que nos permite vislumbrar perspectivas de ainda maior dinamismo da economia, com mais crescimento e geração de emprego."

Rita Serrano, presidente da Caixa, também manifestou otimismo com o cenário. "A medida contribui com a organização das finanças dos clientes, em conjunto com as atuais ações vigentes do banco de negociação de dívidas, e para o crescimento da economia do país."

Redução da Selic 

A redução ocorre exatamente 12 meses depois de o BC elevar a taxa Selic pela última vez para combater uma inflação até então bastante persistente.

Desde então, os juros básicos estavam parados em 13,75% ao ano. De lá para cá, a inflação acumulada em 12 meses cedeu de 10,07% para 3,16% - abaixo do centro da meta deste ano (3,25%).

O início do ciclo de afrouxamento monetário ainda ocorre três anos após o último corte de juros no Brasil. Também em agosto de 2020, a autoridade monetária definiu a queda para Selic a 2,0%, mínima histórica, no contexto da pandemia de covid-19.

Em comunicado, o Copom informou que a queda da inflação possibilitou a redução nos juros.

"O comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária", destacou o texto.

A autoridade monetária também destacou que os membros do colegiado preveem, por unanimidade, cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões.

Segundo o comunicado, o órgão avalia que esse será o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista (juros que desestimulam a economia) necessária para controlar a inflação. (Com informações do repórter Lennon Costa e da Agência Brasil)

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