Crescimento do kitesurfe tem potencial para revitalizar Vila do Mar, dizem especialistas

Avenida litorânea que liga os bairros do Pirambu e da Barra do Ceará vê expansão de escolas e barracas ligadas a esse e a outros esportes

Inaugurada oficialmente em 2012, a Vila do Mar, avenida que liga os bairros do Pirambu a Barra do Ceará, é uma das principais apostas dos empreendedores ligados ao kitesurfe e outros esportes como o surf, o wing e o beach tennis para atração de turistas e geração de emprego e renda nas comunidades do entorno.

Neste sábado, 15, a avenida foi palco, inclusive, da segunda ativação (etapa) do projeto Fortaleza Radical, encampado pela prefeitura da capital cearense e que visa divulgar a cidade como destino para praticantes de sete modalidades de esportes radicais.

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Um deles é o próprio kitesurfe e o mar que banha a região oeste fortalezense tem sido apontado como um dos novos points do esporte no Estado, ainda mais por conta da relativa proximidade com a praia do Cumbuco, no município vizinho de Caucaia, local já reconhecido nacionalmente pelos kitesurfistas.

Um dos empreendedores que viu no Vila do Mar uma oportunidade de praticar o esporte e montar um negócio simultaneamente foi Dorian Glaydson, proprietário do Vila do Kite Lounge. Ele conta que no início via com preconceito a região, que apresenta Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) menor e taxa de criminalidade maior, que outras zonas litorâneas de Fortaleza. Hoje, com oito meses atuando na região e empregando sete pessoas, a visão dele sobre o local mudou.

“Eu também tinha preconceito com a Barra do Ceará porque eu velejava e vim a convite de um amigo velejar aqui e pude explorar com mais intensidade o potencial daqui. Quando eu conheci, eu vi que realmente é uma joia a ser polida. Agora, a gente vem trabalhando dessa forma, com essa pegada de gastronomia, drinks, esporte. Nós temos movimento também à noite na faixa de areia, com banhistas e praticantes do beach tennis”, conta.

Há mais tempo trabalhando com a modalidade do kitesurf, George Wagner Monteiro atua como instrutor do esporte na Vila do Mar e proprietário de uma escola que ensina a prática da modalidade. Ele relembra o início do movimento que hoje atrai turistas nacionais e internacionais, bem como esportistas da própria capital cearense.

“Fizemos o primeiro empreendimento na região da Barra do Ceará, foi o que impulsionou e criou uma cena local aqui do kite e meio que redescobriu para a cidade essa parte da Barra que estava esquecida. Hoje aqui, temos quatro escolas profissionais, todas trabalhando com segurança”, exalta.

Monteiro calcula, pelo menos, 50 empregos diretos gerados no local, somente com a prática do kitesurf e, projeta, para breve, a criação da primeira escola pública de esportes náuticos na Vila do Mar. O desafio, contudo, ainda é capacitar mão de obra.

“Hoje para se tornar um instrutor é preciso pelo menos quatro anos de formação. O salário inicial é superior a R$ 2 mil, mas o céu é o limite, dependendo de quantos alunos você tenha”, descreve.

O olhar de quem pratica ou quer aprender

Durante a ativação da modalidade kitesurf, dentro do projeto Fortaleza Radical, Monteiro deu as primeiras aulas para o jovem José Victor, de 27 anos, que nunca havia praticado o esporte.

“Essa foi a primeira vez que eu tentei. Tinha outra visão sobre o esporte de que era uma parada muito mais complexa, mas não. É tranquila e agora eu quero ir para a água”, disse José Victor.

Com bem mais experiência, a nutricionista e chef de cozinha Bia Maia, de 31 anos, já veleja desde 2019, mas disse que não conhecia o novo point de kitesurf ainda.

“O Ceará é o lugar do kite, não tem para onde correr, o mundo todo vem pra cá e aqui na Barra também o vento está bombando, é um local lindo. com muita adrenalina. Eu pratico como hobby e é algo que me tira realmente da rotina. Então, é uma vida bem corrida a minha e quando eu venho velejar eu me desconecto de tudo”, enfatiza.

Características naturais ajudam

Para o gerente de atendimento ao turista da Secretaria do Turismo de Fortaleza (Setfor), André Braz, o potencial de crescimento também tem relação com as características naturais da orla da capital, não apenas no litoral oeste da cidade.

“Fortaleza é uma das poucas áreas urbanas com toda essa qualidade de ventos. Então, nós estamos explorando isso e montando nosso material promocional que será distribuído nas feiras nacionais e internacionais para que a gente possa apresentar para os operadores de turismo e esse trecho turístico, em particular também”, conclui.

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