Construção projeta gerar até 10 mil empregos no Ceará

Setor vê aquecimento e geração de novos postos, o que gera debate sobre reforço em relações trabalhistas

O segmento da construção civil no Ceará deve gerar entre 5 mil e 10 mil novos postos de trabalho em 2023.

A projeção foi feita pelo vice-presidente de Relações Trabalhistas do Sindicato da Indústria a Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Marcelo Pordeus Barroso em entrevista exclusiva ao O POVO, durante o seminário “Panorama Trabalhista”, promovido pela entidade em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

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“O período pandêmico foi de aprendizado muito grande em termos de relacionamento e de formas alternativas de prestação de serviço, tais como o trabalho híbrido, o semipresencial e o trabalho remoto. Hoje, a gente está recuperando o mercado, crescendo, e com alguns lançamentos para esse ano. A expectativa em 2023 é gerar bastante emprego. Eu acredito que de 5 a 10 mil vagas”, estimou.

O investimento em pessoal na construção civil gira em torno de 53% do custo total de um empreendimento. Hoje, o segmento emprega pouco mais de 77 mil pessoas em todo o Estado.

Para receber todo esse contingente de profissionais, o segmento discutiu questões relacionadas às relações trabalhistas tais como formas de remuneração no setor, as negociações coletivas com os representantes dos trabalhadores, a redução da informalidade, bem como a prevenção de acidentes.

Segundo o consultor da CBIC em saúde e segurança no trabalho, Gustavo Nicolai, um dos palestrantes do evento, lembrou que a legislação brasileira prevê, desde 2010, uma tributação maior para empresas em que são registrados mais acidentes e que o investimento em segurança no trabalho é bem inferior aos prejuízos deles decorrentes.

“Esses dados mostram para gente também qual é o principal mecanismo no acontecimento de um acidente. Qual é a principal lesão? Geralmente, são fraturas. Qual é a parte do corpo mais lesionada? São os membros superiores. Então, a gente faz uma campanha para conscientizar sobre essa proteção”, exemplifica.

Quanto às expectativas de crescimento, o presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias, voltou a citar o retorno do programa Minha Casa, Minha Vida, inclusive, com foco nas famílias que residem em áreas rurais.

“Sempre que você tem uma categoria sendo incluída, você vai atingir aquelas famílias que precisam estar dentro do programa. Então, isso faz com que a gente consiga um crescimento maior no Interior”, disse.

Ele também ressaltou a importância da valorização dos trabalhadores do setor e afirmou que “a construção civil é o segmento que mais benefícios concede aos seus profissionais”.

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