Se texto do arcabouço for 'frouxo' e 'flexível', partidos não votarão, diz Arthur Lira

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira, 15, que o projeto de lei do novo arcabouço fiscal deve prever algum tipo de punição caso as metas não sejam cumpridas pelo gestor. De acordo com Lira, se o texto for muito "frouxo" e "flexível", a matéria não contará com votos de determinados partidos.

"Ajustes serão necessários, temos de construir votos no plenário (da Câmara). Determinados partidos não votarão se projeto for muito frouxo, muito flexível, se não demonstrar amarras e 'enforcements' (comando para cumprimento das regras) necessários para que a responsabilidade seja preservada", disse Lira em entrevista à TV Band.

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Sem antecipar o texto do relator da matéria, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), Lira disse que o projeto deve incluir "enforcements" previstos na Constituição, como a proibição de aumento de salário, de despesas e de investimentos caso as regras fiscais não sejam atingidas. "Penso que o projeto tem de ser justo, tem de ser claro, tem de ser amplo para não massacrar, nem afrouxar demais tudo que foi construído no Brasil nos últimos tempos", afirmou.

A falta de punição foi uma das principais críticas ao texto enviado pelo governo ao Congresso. O projeto de lei determinou que o presidente da República explique os casos de descumprimento das metas fiscais, mas retirou a responsabilização por não cumprimento que existia antes na Lei de Responsabilidade Fiscal.

O presidente da Câmara reforçou que os líderes partidários vão se reunir no fim da tarde desta segunda para que Cajado exponha as alterações feitas no relatório. Depois disso, o material poderá vir a público para a imprensa e para o mercado financeiro. Ele não estimou prazo de votação em plenário.

Segundo Lira, também deve haver um encontro entre líderes da base e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, principal interlocutor do tema, para discutir o arcabouço fiscal.

"Espero que reuniões tragam tom de harmonia para esse projeto", disse o presidente da Câmara, ao defender que a pauta vai além de oposição e governo. "É matéria que vai dar tom ao Brasil nos próximos anos."

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