Produção de ovos aumenta 6,5% e aquisição de leite 8,3% no Ceará

Os preços dos produtos terminaram em alta em 2022, mas cederam no início deste ano, conforme o IBGE

A produção de ovos de galinha aumentou 6,5% e a aquisição de leite 8,3% no Ceará no fechamento de 2022.

Com isso, o Estado apresentou recorde quando se trata de ovos de galinha, chegando a 247,8 milhões de dúzias.

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Somente no quarto trimestre de 2022 (setembro a dezembro) foram produzidas 65 milhões de dúzias. Destes, 62,3 milhões foram para consumo e 2,8 milhões para incubação.

Para se ter ideia, em relação a 2021, foram 15 milhões de dúzias de ovos a mais disponibilizadas no mercado no ano passado.

Segundo as conclusões da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, divulgada nesta quarta-feira, 15 de fevereiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento é uma consequência da maior atividade no Estado.

“O ovo é uma proteína mais barata frente às carnes bovina, suína e ao frango, sendo boa parte da produção voltada para o mercado interno”, frisa o levantamento.

Nos resultados, a pesquisa aponta ainda que a quantidade de galinhas poedeiras também é recorde no  Ceará.

Isso porque, enquanto em 2022 foram 40,2 milhões de cabeças no quarto trimestre, em igual período de 2021 foram 37,3 milhões. Ou seja, um crescimento de 7,6%.

Em relação ao preço, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial, mostra que o ovo de galinha voltou ao patamar inflacionário de um dígito em 2023, pois tinha fechado em 17,87% no acumulado dos últimos 12 meses até dezembro do ano passado, em Fortaleza.

Na verdade, em 2022, o produto registrou IPCA de 1,3% em janeiro, passando a pesar mais no bolso do consumidor a partir de maio do ano passado, quando chegou a 11,05%.

Voltou a um dígito apenas em janeiro deste ano, a 2,52% com uma elevação para 4,54% no acumulado de 12 meses até fevereiro de 2023.

Inflação dos ovos de galinha em Fortaleza

Produção de leite no Ceará

Já o leite captado em 2022 no Ceará alcançou a marca de 369,4 milhões de litros, um aumento de 8,3% ante 2021, quando foi registrada a produção de 341 milhões de litros.

No ano passado, a maior quantidade de leite foi produzida no quarto trimestre (setembro a dezembro), com 104 milhões de litros.

Em relação ao IPCA, o produto leite e derivados em Fortaleza no acumulado de 12 meses até dezembro do ano passado chegou ao índice de 22,64%. 

O patamar de dois dígitos foi alcançado em junho de 2022 (11,81%), com manutenção deste cenário também nos meses seguintes, chegando ao pico de 31,22% em agosto.

Porém, o resultado arrefeceu em 2023, chegando a uma queda brusca, chegando a -0,25% em janeiro e
-0,8% em fevereiro deste ano. 

Inflação dos leites e derivados em Fortaleza

Abate de bovinos no Ceará

A pesquisa do IBGE ainda mostra que, no quarto trimestre de 2022, o abate de bovinos aumentou 15,7%, o de suínos diminuiu 22,5% e o de frangos subiu 15% ante igual período de 2021.

Frente ao terceiro trimestre de 2022, o abate de bovinos subiu 7,2%, o de suínos recuou 8,6% e o de frangos caiu 4,4%.

Os números mostram 128,3 mil cabeças de bovinos abatidas, com alta de 11,8% ante 2021, após retração na atividade.

Quanto ao abate de frangos, no acumulado de 2022, foram 35,4 milhões de cabeças, numa elevação (3,9 milhões de cabeças) em relação ao ano de 2021.

No caso dos suínos, em 2022 foram abatidas 183,4 mil cabeças, declínio de 5,7% (-10,5 mil cabeças) em relação a 2021.

Entenda a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais

A pesquisa fornece informações sobre o total de cabeças abatidas e o peso total das carcaças para as espécies de bovinos (bois, vacas, novilhos e novilhas), suínos e frangos, tendo como unidade de coleta o estabelecimento que efetua o abate sob fiscalização sanitária federal, estadual ou municipal.

A periodicidade da pesquisa é trimestral, sendo que para cada trimestre do ano civil os dados são discriminados mês a mês. 

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Produção pecuária no Brasil em 2022

O abate de bovinos voltou a crescer em 2022 depois de dois anos seguidos de queda. Foram 29,80 milhões de cabeças no ano passado, aumento de 7,5% frente ao ano anterior, ou 2,09 milhões de cabeças a mais.

Ao alcançar 56,15 milhões de cabeças, o abate de suínos teve um crescimento de 5,9% em relação ao ano anterior e estabeleceu um recorde na série histórica.

 

O analista da pesquisa, Bernardo Viscardi, disse que o aumento de 19,1% no abate de fêmeas foi fundamental para essa retomada do abate de bovinos.

“São os ciclos da pecuária. Depois de um período de retenção das vacas para procriação, seguido pela entrada dos bezerros no mercado e sua consequente desvalorização pelo aumento da oferta, as fêmeas começam a ser destinadas ao abate”, explica em texto no site do IBGE.

O estado de Mato Grosso permanece na liderança do ranking nacional no abate de bovinos. A participação do estado no total do país ficou em 15,8%. Na sequência está São Paulo, com 11,5%, e Mato Grosso do Sul, com 11%.

Ovos

A produção de ovos de galinha avançou em 16 dos 26 estados analisados em 2022. Em comparação a 2021, a produção nacional cresceu 1,2%, o que representa um novo recorde em 2022, totalizando 4,06 bilhões de dúzias.

O aumento na atividade em relação a 2021 representa 47,71 milhões de dúzias de ovos a mais à disposição do mercado.

De acordo com Bernardo Viscardi, o mercado interno é o grande responsável pelo resultado, uma vez que o Brasil exporta menos de 1% da produção.

“O ovo é a proteína mais barata, em termos absolutos, dentre todas as pesquisadas, sendo uma ótima alternativa às carnes bovina, suína e de frango. Os ovos são utilizados tanto para consumo, quanto para incubação. Logo, o crescimento da produção de carne de frango acompanha o aumento da atividade de ovos incubados, férteis”, explicou.

Mesmo com o recuo de 0,1% frente ao ano anterior, a atividade em São Paulo se manteve como a responsável pela maior produção, ficando à frente no ranking anual dos estados em produção de ovos de galinha, com 27,1%. Depois estão o Paraná, com 9,4%, Minas Gerais, com 8,9%, e o Espírito Santo, com 8,4%.

Suínos

De acordo com o IBGE, mais uma vez, os suínos se destacaram. Foram 56,15 milhões de cabeças abatidas em 2022, um aumento de 5,9% ou 3,10 milhões de cabeças a mais, se comparado a 2021.

Para o analista da pesquisa, isso pode ser explicado pelo aumento das exportações e ainda porque é um tipo de carne com custo menor e mais acessível do que a bovina.

“A indústria de suínos vem trabalhando com cortes fáceis de preparar, o que naturalmente ajuda a elevar o consumo. Além disso, as exportações aumentaram. Apesar da recuperação do seu plantel após o controle da peste suína africana, alguns dos principais destinos da carne brasileira, como China, Vietnã e Filipinas, mantiveram as importações em patamares elevados”, disse.

A liderança no abate de suínos em 2022 continuou com Santa Catarina, que atingiu 28,5% do abate nacional, seguido por Paraná, com 20,4%, e o Rio Grande do Sul, com 17,3%.

Outro setor que se beneficiou com a alta demanda no mercado interno foi a produção de frangos, proteína a que mais pessoas têm acesso e, em geral, substitui a carne bovina.

Segundo o IBGE, o resultado de estabilidade de 2022 é o segundo melhor da série histórica e ficou atrás somente da quantidade de 2021.

A pesquisa apontou ainda que nas exportações do produto, a gripe aviária, que atingiu em maior grau o hemisfério norte, contribuiu para reforçar a venda de carne de frango do Brasil.

De acordo com o IBGE, em consequência, o Brasil se consolidou ainda mais na posição de maior exportador de carne de frango do mundo.

Segundo Bernardo Viscardi, houve problemas nas cadeias de produção de fornecedores tradicionais no mercado internacional tanto nos Estados Unidos como na União Europeia. “A guerra na Ucrânia também impactou, uma vez que o país era um dos maiores fornecedores”, disse.

O Paraná continuou na frente do ranking dos estados em abates de frangos em 2022 e alcançou 33,5% de participação nacional. Depois estão o Rio Grande do Sul (13,4%) e Santa Catarina (13,1%).

Leite

Em movimento contrário, o leite captado em 2022 chegou a 23,85 bilhões de litros. O volume representa uma queda de 5% na comparação a 2021. É também a segunda queda consecutiva após o recorde observado em 2020.

Viscardi disse que o desempenho pode ser explicado pelo fenômeno La Niña, que provocou seca no Sul do Brasil e prejudicou as pastagens, resultando na diminuição da produção de leite.

“Os altos custos de produção, que influenciam o preço do leite, envolvendo ração, energia e combustível, associados à baixa demanda do mercado interno, foram outros fatores importantes”, acrescentou.

Mais uma vez, Minas Gerais ficou na liderança no ranking nacional. Dessa vez, com 24,5% de participação, seguido pelo Paraná (14,3%) e Rio Grande do Sul (13,3%).

Couro

A produção em curtumes com, pelo menos, 5 mil unidades inteiras de couro cru bovino por ano, atingiu o total de 30,11 milhões de peças inteiras. É um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior.

Segundo o IBGE, o incremento do recebimento de peles bovinas em 13 dos 18 estados que têm curtumes elegíveis pela pesquisa, influenciou o resultado. Com 16,6% de participação, Mato Grosso se manteve na liderança do ranking nacional, seguido por Mato Grosso do Sul, com 13,8%, e São Paulo, com 11,1%.

Último trimestre

Os dados de 2022 foram obtidos após o resultado do 4º trimestre de 2022, quando o abate de bovinos cresceu 7,7%, o de suínos de 3,4% e o de frangos de 2,2%, na comparação a igual período de 2021. Frente ao 3º trimestre de 2022, o abate de bovinos caiu 5,4%, o de suínos recuou 4% e o de frangos subiu 2,2%.

Já a aquisição de leite ficou em 6,29 bilhões de litros, o que representa recuo de 3,2% frente ao 4º trimestre de 2021 e alta de 2,5% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

A aquisição de peças de couro pelos curtumes avançou 5,4% em relação ao 4º trimestre de 2021, e retração de 4,6% se comparado ao trimestre anterior. Na soma, foram 7,62 milhões de peças de couro cru.

A produção de ovos de galinha ficou em 1,04 bilhão de dúzias no 4º trimestre de 2022, uma elevação de 3,4% ante o mesmo período de 2021 e de 1% frente ao trimestre anterior. (Com Agência Brasil)

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