Pagamento por aproximação: Veja como se proteger do novo golpe

Quando o consumidor insere o cartão físico na máquina, cai no golpe. Entenda os riscos e saiba como se proteger dos golpistas

O modo de pagamento por aproximação se tornou perigoso no Brasil após criminosos desenvolverem uma nova modalidade de golpe. Por meio de um vírus infectando máquinas de cartão, criminosos enganam lojistas e clientes.

O vírus provocam o bloqueio de pagamentos via aproximação, principalmente no celular, obrigando o consumidor a inserir o cartão físico. Aí que está o perigo.

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A Kaspersky, empresa especializada em cibersegurança, desvendou a tática dos criminoso, que, através de um programa malicioso instalado na máquina, usam seu próprio sistema de pagamento para fazer compras com o cartão da vítima.

Ao usar o cartão físico, a vítima pode ficar vulnerável a fraudes conduzidas pelos bandidos, como compras em um valor muito maior que o devido, pois o cartão físico possui somente um número (diferente do método usando NFC que gera um número de cartão para cada transação) se tornando bem menos seguro.

Que vírus é esse utilizado pelos criminosos?

Segundo a Kaspersky, o Prilex é o primeiro malware no mundo capaz de realizar fraudes com esse tipo de tecnologia de pagamento, mesmo que indiretamente.

O programa é potente, capaz de, por exemplo, filtrar e selecionar cartões de crédito específicos. Ele pode fazer ações como bloquear somente as operações de cartões com limites maiores, como os corporativos.

Consumidor que notar golpe, deve procurar operadora de cartão

Especialista da Proteste em Direito do Consumidor, Adriano Fonseca aconselha que o consumidor sempre esteja atento às movimentações no cartão após as compras, olhando o extrato para garantir o valor debitado.

"Se, na hora de aproximar o cartão, aparecer uma mensagem de erro, confira se houve movimentação em seu aplicativo do cartão antes de repetir o procedimento. De todo modo, qualquer transação suspeita deve ser comunicada o mais rápido possível à instituição financeira", recomenda.

Com as informações do extrato, o consumidor consegue buscar a identificação dos autores e sua responsabilização, diz o especialista, que indica sempre optar por compras em estabelecimentos conhecidos pela atenção com a segurança dos clientes.

Pagamento por aproximação continua seguro, apesar do golpe

O meio de pagamento com cartão por aproximação caiu nas graças dos brasileiros, pela comodidade. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o uso da tecnologia NFC — Near Field Communication (para pagamento por aproximação) cresceu 474% no país só no primeiro semestre de 2022.

No acumulado do ano, foram R$ 386 bilhões em pagamentos por aproximação, um aumento de 249,5%, em comparação com o mesmo período de 2021.

Essa modalidade permanece como boa alternativa para o consumidor, mas é preciso estar atento aos detalhes. Thiago Porto, especialista em Tecnologia da Proteste, pontua que a modalidade é, sim, segura.

Ele diz que o consumidor precisa ter atenção em toda compra que fizer na modalidade, mas não precisa abdicar do modelo totalmente. "Atualmente, o pagamento via aproximação é o mais seguro, pois todo o trâmite é feito de forma criptografada e por isso, sua segurança superou a do cartão físico".

Mas indica alternativa caso a aproximação não funcione: "Caso não seja possível usar o cartão digital, é melhor pedir para o lojista outra máquina ou, optar por pagamentos que não precisam da máquina, como o PIX, por exemplo".

Entenda o passo a passo do golpe do cartão por aproximação

  1. Os criminosos, se passando por representantes de empresas de pagamentos eletrônicos, entram em contato com lojistas. O motivo da ligação seria uma suposta manutenção, que necessita que os lojistas baixam um arquivo no computador onde fica o sistema de cobrança, por meio de um link enviado pelos criminosos;
  2. Quando se clica no link, é instalado um vírus que dá acesso remoto aos criminosos para esse sistema de cobrança, que fica conectado à máquina de cartão;
  3. A partir daí, os golpistas conseguem controlar as transações que estão sendo realizadas naquela máquina de cartão, detectando e impedindo qualquer cobrança por aproximação, pois nessa modalidade, ele não conseguiria fazer o golpe;
  4. Para o consumidor, na hora do pagamento, é exibido uma mensagem falsa de erro na tela na máquina de cartão, a fim de forçar que ele insira um cartão físico para efetuar o pagamento;
    Ao usar o cartão físico, a vítima pode ficar vulnerável a fraudes conduzidas pelos bandidos, como compras em um valor muito maior que o devido, pois o cartão físico possui somente um número (diferente do método usando NFC que gera um número de cartão para cada transação) se tornando bem menos seguro.
    Fonte: Kaspersky

Dicas para o consumidor

  • O que diz o Código de Defesa do Consumidor: Segundo o Código de Defesa do Consumidor, é direito básico do consumidor a proteção da segurança contra riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços. Nesse sentido, é responsabilidade dos fornecedores assegurar que, nos procedimentos de pagamento, a segurança do consumidor não esteja em risco.
  • A quem reclamar: Considerando tratar-se de consumidor na relação com a instituição de venda, poderá exigir desta a reparação, que envolve tanto o reembolso de todos os valores perdidos pela prática, como eventual pagamento de danos morais. A responsabilidade da instituição de venda que utilizou máquina fraudada é objetiva. Ou seja, mesmo embora o vendedor não tenha tido intenção de prejudicar o consumidor, sua responsabilidade é reconhecida independente de culpa.
  • A postura que o vendedor prejudicado poderá tomar: O vendedor, por sua vez, poderá buscar a Justiça Criminal para identificar a autoria dos crimes realizados. O ideal é que busque uma delegacia especializada em crimes cibernéticos. Os valores que o vendedor for eventualmente condenado a pagar para o consumidor vítima poderão ser exigidos da pessoa ou quadrilha criminosa.

Fonte: PROTESTE

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