Ministro sugere substituir Uber por Correios, caso app queira sair do Brasil

Luiz Marinho falou que ideia é garantir mais direitos aos motoristas por aplicativo e, se isso incomodar à empresa, a estatal pode desenvolver um aplicativo de corridas

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que os Correios podem substituir a Uber, em caso de saída da plataforma do Brasil. A declaração foi dada ao jornal Valor Econômico após ser questionado sobre a proposta de regulamentação do serviço por aplicativo.

"Posso chamar os Correios, que é uma empresa de logística, e dizer para criar um aplicativo e substituir (o Uber). Aplicativo se tem aos montes do mercado", afirmou Marinho.

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A chamada "uberização" virou sinônimo de precarização do mercado de trabalho, uma vez que os motoristas cadastrados no aplicativo não contam com nenhum tipo de benefício trabalhista, a exemplo do seguro-desemprego e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Chantagem

Marinho deu a declaração no contexto de mudança da legislação trabalhista para contemplar esses profissionais. Beneficiar essa categoria com possíveis benefícios foi uma das promessas do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha.

"Na Espanha, no processo de regulação, a Uber e mais alguém disseram que iam sair (daquele país). Esta rebeldia durou 72 horas. Era uma chantagem. Me falaram: 'e se a Uber sair?' Problema da Uber. Não estou preocupado", declarou o ministro do Trabalho na entrevista.

Chantagem foi uma das palavras usadas por ele na entrevista sobre essa possível saída do Brasil.

Mudança na legislação

Sobre os planos do governo federal para esses profissionais, o ministro afirmou que não pretende "regular lá no mínimo detalhe", pois "ninguém gosta de correr muito risco, especialmente os capitalistas brasileiros."

"Você pode ter relações que caibam na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ou que se enquadrem, por exemplo, no cooperativismo. Aliás, o cooperativismo pode se livrar do iFood, da Uber. Porque aí nasce alguma coisa que pode ser mais vantajosa, especialmente para os trabalhadores", considera Marinho.

Mas o objetivo dele, atualmente, é incluir os motoristas por aplicativo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que garante aposentadoria a eles. Mas a inclusão na CLT ainda não foi descartada.

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