Dólar sobe e bolsa cai após ação terrorista em Brasília

Mesmo com a oscilação, economistas acreditam que impacto deve ser contido ao longo do dia

Depois de dois dias de estabilidade, o dólar voltou a subir e a bolsa teve queda na manhã desta segunda-feira, 9, com o mercado repercutindo atos terroristas que aconteceram em Brasília no último domingo, 8. No entanto, economistas acreditam que impacto deve ser contido ao longo do dia.

A moeda estadunidense tinha atingido o valor de R$ 5,48 em 3 de janeiro, mas vinha operando em queda e estava estável há dois dias no valor de R$ 5,23. Porém, na manhã desta segunda-feira, 9, chegou a ser vendida a R$ 5,28 às 10h06min.

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Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), abriu o pregão desta segunda em queda. Às 10h10min a bolsa caía a 0,35%.

Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-Ce), Ricardo Eleutério, o mercado antecipa a precificação dos ativos, então sempre que há um ambiente de incerteza e de especulação, a bolsa cai e o dólar sobe.

"Essa é a reação do mercado às incertezas no cenário econômico e político que estamos atravessando, uma quadra de transição muito conflituosa. E é possível que tenhamos sim, hoje, amanhã, nos próximos dias, nessa quadra de muita tensão política, esse movimento de bastante volatilidade de moedas e de bolsa", disse.

Já o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, acredita que esse acontecimento não deve gerar impacto significativo nos preços do mercado financeiro.

"Acredito que, na abertura dos negócios, alguma reação negativa deve ocorrer, mas que ela não deve durar por todo o dia", afirmou, lembrando que a invasão do Capitólio nos Estados Unidos há dois anos também não teve impacto significativo nos preços.

Terrorismo

A ação criminosa aconteceu uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, cuja eleição não foi reconhecida pelos autores dos atos que afrontam o Estado Democrático de Direito. As primeiras imagens que circularam nas redes sociais mostravam uma quantidade expressiva de golpistas subindo a rampa do Congresso Nacional.

Logo no início dos ataques, um policial militar da cavalaria do Distrito Federal chegou a ser derrubado e agredido pelos bolsonaristas. Bombas de efeito moral foram lançadas de um helicóptero das forças de segurança sobre o teto do Congresso, tomado por apoiadores do ex-presidente. No entanto, a ação foi em vão.

Imagens impressionantes revelam gabinetes de parlamentares depredados. Um dos invasores foi flagrado sentado na cadeira do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Parlamentares gravaram vídeos mostrando a destruição em seus gabinetes, como o encontrado no segundo andar do Congresso.

Nos materiais, é possível ver a depredação de impressoras, obras de arte - um quadro de Cândido Portinari, por exemplo, foi rasgado -, cadeiras e mesas e aparelhos telefônicos. Os invasores tentaram atear fogo ao tapete de um salão do Congresso, que precisou ser praticamente alagado para conter as chamas.

O fácil acesso dos grupos terroristas levantou diversas críticas sobre a falta de ação das forças de segurança do DF. Um outro vídeo compartilhado nas redes sociais flagrou policiais filmando a situação e batendo papo com extremistas. O esvaziamento do teto do Planalto só foi feito 3 horas depois do início dos ataques pela tropa de choque da Polícia Federal.

Com Agência Estado

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