XP: queda da Selic depende crucialmente da nova âncora fiscal
O Banco Central (BC) vai se manter em modo "esperar para ver" até as incertezas tanto no Brasil quanto no exterior se dissiparem, avalia a economista da XP Tatiana Nogueira, economista da XP, após a leitura do comunicado em que o Comitê de Política Monetária (Copom) confirma a manutenção dos juros em 13,75% ao ano.
A XP manteve a previsão de manutenção dos 13,75% até junho. Depois disso, a expectativa é que a Selic caia para 10% até o fim do ano que vem. Tudo vai depender, porém, da nova âncora fiscal, destaca Nogueira.
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A economista lembra que tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), adversários no segundo turno da eleição presidencial, já disseram que vão mexer na regra de teto dos gastos. "Dado que a dívida e o serviço da dívida brasileiros continuam elevados, consideramos uma nova âncora fiscal (crível) como condição essencial para que as expectativas de inflação convirjam para a trajetória da meta", escreveu a economista da XP em comentário sobre a decisão de hoje do Copom.
A leitura é de que o texto mantém, em grande medida, a sinalização da reunião de setembro. Isto é, de que o comitê deve sustentar a taxa no nível atual durante longo período para assegurar a convergência da inflação até a meta.
Nogueira observa ainda que as projeções de inflação do Copom aumentaram um pouco tanto para 2023 (de 4,6% para 4,8%) quanto para 2024 (de 2,8% para 2,9%). "Este movimento marginal reforça a necessidade de o comitê se manter vigilante nos próximos meses", comenta a economista.
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