Futura Trends 22: 'Empresas não devem fingir ser ESG', diz consultora internacional no tema

Para executiva que implantou programa ambiental da Nespresso, desconexão entre discurso e prática no ambiente corporativo desgasta imsgem interna e externa de organizações

18:55 | Set. 23, 2022

Por: Adriano Queiroz
12ª edição do Futura Trends aconteceu nessa sexta-feira, 23, no Fiec (foto: João Filho Tavares/ O POVO)

'ESG não é algo para se fingir'. Com essas palavras, a consultora internacional nessa temática, Cláudia Leite, apontou o primeiro passo para a implantação de uma cultura organizacional de respeito ambiental, social e compromisso com uma boa governança, em fala durante o Futura Trends 22.

Ela enfatizou que a desconexão entre discurso e prática, além de inviabilizar a adoção desse modelo de negócio, traz desgastes internos e externos no ambiente corporativo. A executiva implantou um programa exitoso de gestão ambiental na Nespresso.

"Cerca de 12,5% das espécies correm risco de extinção, um terço dos alimentos são desperdiçados, metade do material em aterros vem da construção civil e as emissões de CO2 pelo setor de transportes devem dobrar até 2050. Essas são questões concretas com as quais a sociedade deve lidar e o mesmo vale para as empresas", cita Claudia Leite ao se referir ao item 'E' (environmental do inglês, ou ambiental) da famosa sigla.

Desafio da Inclusão

Quanto ao 'S' de social, a executiva também elencou uma série de estatísticas que mostram haver um longo caminho a perseguir no ambiente corporativo para promover uma verdadeira inclusão.

"A diferença salarial entre mulheres e homens em funções similares é de 30%. Apenas 12% dos colaboradores nas empresas brasileiras são negros, mesmo que eles sejam 56% da população. Há apenas 1% de pessoas LGBT em cargos de liderança. Pessoas com deficiência ficam em média apenas 14 meses em seus empregos e, geralmente, em atividades secundárias", lista.

Sobre o 'G' de governança, Claudia Leite definiu como uma gestão virtuosa que assegure longevidade e perenidade a uma organização.

"A primeira pergunta que se deve fazer um gestor que quer implantar uma cultura ESG é o que estou fazendo nesse sentido? Não existe receita de bolo, mas é algo que tem de começar de dentro para fora da organização. Não dá pra ter um faturamento de bilhões, investir alguns milhares em uma ação e dizer que está fazendo ESG", concluiu

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