Cesta básica reduz 2,37% em Fortaleza e chega a R$ 641,46; confira preços
Mesmo com a queda, o trabalhador assalariado na região precisa trabalhar 116 horas e 26 minutos para comprar os 12 produtos que compõem o indicador
13:48 | Ago. 05, 2022
Consumidores da Grande Fortaleza sentem um alívio modesto no preço da cesta básica em julho. O valor do conjunto de produtos essenciais teve recuo de 2,37%, com redução de preço em cinco dos doze itens, saindo de R$ 656,66 para R$ 641,46.
Mesmo com a queda, o trabalhador assalariado na região precisa trabalhar 116 horas e 26 minutos para comprar uma os 12 produtos que compõem o indicador.
Número representa mais da metade da carga horária de trabalho mensal (220 horas) permitida por lei.
Os dados foram revelados na manhã desta sexta-feira, 5 de agosto, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Mesmo com arrefecimento na passagem do mês de junho para julho, o preço da cesta básica na Região Metropolitana de Fortaleza acumula alta de 5,62% no primeiro semestre deste ano, tendo ficado 13,97% mais cara desde janeiro deste ano.
"Isto significa que a alimentação básica em julho de 2022 (R$ 641,46) está mais cara do que em janeiro de 2022 (R$ 607,35) e mais cara do que em julho de 2021 (R$ 562,82)", detalha a pesquisa.
Ainda conforme a levantamento, o gasto com alimentação de uma família com 2 adultos e 2 crianças estimado para o mês de julho foi de de R$ 1.924,38.
Isso significa que para conseguir ter acesso ao básico de alimento para sobrevivência no mês, uma família de quatro pessoas precisa gastar mais de um salário mínimo.
Nesse contexto, o trabalhador compromete 57,22% do salário mínimo na compra de uma cesta básica, sendo a mesma insuficiência para seu sustento durante o mês.
Queda no preço da cesta básica em julho
A deflação no preço da cesta na Grande Fortaleza foi puxada principalmente pela baixa nos valores de tomate (-24,97%), óleo (-3,74%) e café (-2,27%).
O preço da carne também entrou em queda, com redução tímida de R$ 0,68%, seguido pelo açúcar, que ficou 0,45% mais barato.
Em contra partida, os produtos que registraram as maiores altas em seus preços foram: leite (28,50%), manteiga (3,19%) e banana (1,46%). O pão também ficou mais caro, subindo 1,17% de preço, seguido pelo arroz com alta de 0,72% e pelo feijão (0,51%).
Na série de 12 meses, dos produtos que compõem a Cesta Básica, o único item a apresentar redução no preço foi o arroz (-4,08%).
Os itens que apresentaram as maiores elevações nos seus preços foram: leite (55,90%), café (54,72%) e óleo (30,27%).
Preço da cesta básica no Brasil
Em julho, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 10 das 17 capitais monitoradas pelo Dieese. Entre junho e julho, as reduções mais expressivas ocorreram em Natal (-3,96%), João Pessoa (-2,40%), Fortaleza (-2,37%) e São Paulo (-2,13%).
Por outro lado, sete cidades tiveram alta no preço da cesta básica, sendo elas:Vitória (1,14%), Salvador (0,98%), Brasília (0,80%), Recife(0,70%), Campo Grande (0,62%), Belo Horizonte (0,51%) e Belém (0,14%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 760,45), seguida por Florianópolis (R$ 753,73), Porto Alegre (R$752,84) e Rio de Janeiro (R$ 723,75). Veja abaixo os preços por cidade:
- São Paulo: R$ 760,45
- Florianópolis: R$ 753,73
- Porto Alegre: R$ 752,84
- Rio de Janeiro: R$ 723,75
- Campo Grande: R$ 707
- Brasília: R$ 703,93
- Vitória: R$ 700,75
- Curitiba: R$ 688,78
- Goiânia: R$ 672,91
- Belo Horizonte: R$ 652,07
- Fortaleza: R$ 641,46
- Belém: R$ 633,14
- Recife: R$ 616,63
- Natal: R$ 587,58
- Salvador: R$ 586,54
- João Pessoa: R$ 572,63
- Aracaju: R$ 542,50
Salário mínimo deveria ser 5,27 vezes maior, revela Dieese
Considerando o maior valor registrado para uma cesta básica no período no Brasil, R$ 760,45 (em São Paulo), o Diesse estima que o salário mínimo ideal deveria ser 5,27 vezes maior do que o valor praticado atualmente no Brasil, no patamar de R$ 1.212.
A estimativa leva em consideração o fato, previsto pela Constituição, de que o salário mínimo deve ser suficiente para "suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência".
Para tal, porém, o trabalhador assalariado no Brasil deveria ganhar o equivalente a no mínimo R$ 6.388,55 para manter minimamente bem uma famílias com quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças.
No mês imediatamente anterior, o salário mínimo ideal era de R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o piso mínimo, o que reflete a queda registrada no valor da cesta básica e demais produtos em julho.
Há um ano porém, em julho de 2022, o salário mínimo ideal era de R$ 5.518,79. Valor refletia uma remuneração mensal mínima 5,02 vezes maior do que o piso definido à época em R$ 1.100.
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