Evento na Fiec tem protesto contra eólica offshore em Icaraí de Amontada
Representantes da Comunidade Tradicional de Icaraí de Amontada cobraram mais informações das empresas que querem instalar empreendimentos na costa cearense e temem os prejuízos sociais e econômicos
12:30 | Ago. 04, 2022
Duas representantes da Comunidade Tradicional de Icaraí de Amontada protestaram contra a falta de informação para a instalação de projetos de eólica offshore (no mar) durante o evento Fiec Summit, na Casa da Indústria, nesta quinta-feira, 4 de agosto.
Elas cobraram mais informações das empresas que querem instalar empreendimentos na costa cearense e temem os prejuízos sociais e econômicos das comunidades tradicionais locais.
Também frisaram que no evento para discutir os empreendimentos não havia representantes de comunidades tradicionais.
O Fiec Summit reúne empresários e investidores do setor de energia e tem como foco o hub de hidrogênio verde do Ceará. Como é internacional, é transmitido para mais de 20 países.
Segundo O POVO apurou, a presença das representantes foi permitida no evento, mas o fato de elas abrirem uma faixa no palco não foi bem visto pela organização.
Monica Saraiva Panik, consultora da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), explicou para as representantes da Comunidade Tradicional de Icaraí de Amontada que as indústrias têm suas iniciativas de redução de impactos sociais e que os projetos passam por audiência pública antes de serem implementados.
Conforme O POVO mostrou em reportagem especial do jornalista Cláudio Ribeiro, sem receberem informações nem consultas prévias, comunidades praieiras do Ceará (pescadores artesanais, indígenas, assentados, quilombolas) mostram preocupação com perspectiva de o Ceará receber 11 parques eólicos em mar aberto dentro de cinco anos. Receio é de que pesca e territórios sejam afetados diretamente.
O incômodo das representantes da Comunidade Tradicional de Icaraí de Amontada é o mesmo retratado na reportagem do O POVO.
É que a novidade está sendo espalhada aos ventos, mas os responsáveis pelos projetos não aparecem para dar explicações às comunidades. Essa é uma inquietação que já tem mobilizado regiões pesqueiras do litoral cearense. Principalmente a Oeste, onde ficará a maioria dos parques.
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) informou que não se pronunciará sobre o assunto.
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