Energias limpas entram no radar do mercado de capitais

Associação que congrega quase 8 mil profissionais de investimento realiza evento em que futuro das energias renováveis é debatido

21:59 | Ago. 04, 2022

Por: Adriano Queiroz
Evento contou com a presença de profissionais de investimento, empresários, acadêmicos e representantes do poder público, abordando o tema "Energias Limpas: A Importância da Academia e do Mercado de Capitais" (foto: FERNANDA BARROS)

A Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercados de Capitais do Brasil (Apimec Brasil) está promovendo até sexta-feira, 5, o VII Encontro Nordeste, com tema "Energias limpas: a importância da academia e do mercado de capitais". O evento é realizado de forma híbrida: presencialmente, no Teatro Celina Queiroz, ou pela web. As inscrições online podem ser feitas neste link.

Na tarde desta quinta-feira, 4, foram realizados dois painéis "Protagonismo das Instituições" e "Visão das Empresas". Segundo o conselheiro da Apimec Brasil, Ricardo Coimbra, "as energias renováveis são a ponta do desenvolvimento futuro. A gente pensa na energia gerada pelos ventos, pelo Sol e pelo hidrogênio verde. O estado do Ceará vem despontando na atração de potenciais investimentos para a cadeia desse hidrogênio verde". 

Entre as razões para esse protagonismo do Ceará nesse tipo de investimento a especialista em energia, Virgínia Parente, que é também docente da Universidade de São Paulo (USP), está a localização geográfica.  "Essa maior proximidade dos centros consumidores com maior poder aquisitivo do Hemisfério Norte e também com maior interesse no hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro. Outra razão é que para gerá-lo é preciso muita energia e o Estado tem fontes de energia muito interessantes que podem ser usadas de forma híbrida", explica.

Novos investimentos

Por sua vez, o diretor de operações da Qair Brasil, Gustavo Rodrigues da Silva, destaca que a empresa tem dois projetos relacionados ao hidrogênio verde em desenvolvimento no País, um deles no Porto do Pecém. "É um projeto de 2,24 GW de capacidade. Nossa previsão é entrar em 2026, aproveitando essa janela de oportunidade construídas a partir da mudança geopolítica que vem acontecendo. Temos um segundo projeto em Suape (PE), com a mesma capacidade e a mesma previsão de início. Ambos os projetos estão focados em produção de amônia verde", detalha. 

O grupo já desenvolve um projeto de energia eólica no Trairi (a km de Fortaleza), com 205 MW de capacidade, com previsão de ampliação para 490 MW e outro de energia solar em Icó, com previsão de conclusão em 2024 e 439 MW de capacidade.

Quem compõe a programação do evento

Também na tarde de ontem, participaram o consultor da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho no Ceará (Sedet-CE), Constantino Frate, que antecipou a assinatura do 20º memorando de entendimento para produção de H2v no Estado; o presidente do Sindienergia, Luiz Carlos Queiroz, o fundador da Cognitio, Jorge Boeira, que é também consultor da agência alemã GIZ.

Nesta sexta-feira, a programação segue na parte da manhã, com a presença do fundador do grupo Pague Menos, Deusmar Queirós; do CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira; além do presidente da Cagece, Neuri Freitas, entre outros representantes de grandes empresas cearenses.

Em ambos os dias de programação, também participam representantes do Banco do Nordeste, que financiou 469 projetos em energias renováveis nos últimos cinco anos, totalizando R$ 44,1 bilhões.

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