Ceará tem segunda siderúrgica negociada e Estado espera mais investimentos

Além do negócio da CSP com ArcelorMittal, por US$ 2,2 bilhões, Gerdau comprou a Silat por US$ 110 milhões. Negócios ocorrem em espaço de um ano e meio

11:11 | Jul. 28, 2022

Por: Samuel Pimentel
USINA trabalha com capacidade máxima de 3 milhões de toneladas de placas de aço (foto: Arquivo/CSP)

Com US$ 2,31 bilhões em negócios em pouco mais de um ano, a expectativa do Governo do Ceará é de ampliar a produção da indústria siderúrgica no Estado. Segundo o secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Maia Jr. os negócios demonstram a boa ambiência do Ceará para negócios desse porte.

"Os projetos siderúrgicos do Ceará estão atraindo os investidores do mercado. Eu não tenho nenhuma preocupação sobre a continuidade e crescimento do projeto."

"O primeiro desejo de um acionista é ser melhor remunerado pelo seu capital, ninguém compra sem ter estratégia de aumentar sua participação no mercado, com projeto de desenvolvimento futuro. Então a expectativa é a melhor", diz o secretário ao O POVO.

Atualmente, a exportação de aço é o grande destaque da pauta de comércio exterior do Ceará, com a CSP sendo a principal exportadora do Estado.

Anunciado nesta quinta-feira, 28, o negócio da CSP com ArcelorMittal, gira em torno de US$ 2,2 bilhões e aguarda aprovação dos conselhos regulatórios que asseguram a competitividade do mercado, tanto no Brasil (Cade) quanto nos Estados Unidos, além de aprovações corporativas.

Já a Gerdau comprou a Silat por US$ 110 milhões.

Agora chamada de Gerdau unidade Caucaia é vista como um ativo estratégico no Nordeste para a Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço.

ArcelorMittal adquire CSP

O negócio de aquisição da CSP pela ArcelorMittal por US$ 2,2 bilhões envolve o que a compradora destaca "uma operação de classe mundial que produz placas de alta qualidade a um preço competitivo".

A intenção da ArcelorMittal é de, inicialmente, ampliar a capacidade produção de placas de alta qualidade em 3 milhões de toneladas, podendo fornecer placas dentro do grupo ou vender nas Américas do Norte e do Sul.

A companhia ainda prevê, no longo prazo, a opção de aumentar significativamente a capacidade de produção de placas e adicionar capacidades de laminação e acabamento com emissões de baixo carbono.

Aditya Mittal, CEO da ArcelorMittal, afirma que também observa na aquisição do ativo a possibilidade de descarbonizar a produção e lembra do esforço do Estado em montar um hub de hidrogênio verde.

"Na CSP, estamos adquirindo um negócio moderno, eficiente, estabelecido e rentável, que irá melhorar ainda mais a nossa posição no Brasil e agrega valor imediato à ArcelorMittal. Existe um potencial significativo para descarbonizar o ativo, dada a ambição do estado do Ceará de desenvolver um hub de hidrogênio verde de baixo custo e o enorme potencial que a região tem para a geração de energia solar e eólica", enfatiza.

A ArcelorMittal é uma empresa líder mundial em siderurgia e mineração, com presença em 60 países e instalações siderúrgicas primárias em 16 países. Em 2021, a ArcelorMittal teve receita de US$ 76,6 bilhões e uma produção de aço bruto de 69,1 milhões de toneladas métricas.

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