Fretcar encerra as atividade no Ceará; saiba os motivos

Outras empresas como Santa Cecília e Ceará Grande estão atuando com pedido de recuperação judicial. Crise no setor preocupa Sindiônibus

Com 5% de participação no mercado de transportes de Fortaleza, a Fretcar encerrou na última quinta-feira, 30 de junho, suas atividades no Estado. Este fato gera ainda mais instabilidade na cadeia de setor que tem outras empresas com dificuldades financeiras e mobilizações da classe trabalhadora.

Em entrevista para a Rádio OPOVO CBNDimas Barreira, presidente do Sindiônibus, afirma que é a pior crise enfrentada pelo transporte público em Fortaleza.

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"Realmente é um momento muito delicado e todo o esforço de planejamento que a gente faz acaba sendo insuficiente. Estamos vivendo um ambiente com inflação específica para o setor por conta do diesel, além da inflação como um todo. É muito dramático", afirma.

Barreira explica que o setor tem dificuldade de flutuar o valor do serviço de acordo com os custos dos seus insumos. E reforça que só de janeiro para cá o valor do diesel subiu mais de 50% e ao longo da pandemia mais que dobrou.

Manobras operacionais

"O momento é muito dramático é a pior crise que o setor já atravessou nacionalmente, inclusive, fizemos de tudo para ajudar a empresa Fretcar nestes últimos dias. Tentamos paliativos com relação a manobras operacionais entre as empresas", revelou.

A preocupação é que será preciso contornar o problema para não prejudicar o serviço para a população que depende do transporte público para ir ao trabalho, consultas, se locomover no geral.

"Este ônus é distribuido entre as empresas que também já estão muito frágeis", alerta o presidente do Sindiônibus.

Barreira informou que os ajustes no sistema começaram na noite do dia 30, mas não consegue precisar o quanto teve de prejuízo na rota para população no traslado hoje, 1º. 

"Usamos o articífio de colocar em linha os veículos reservas e fora isso mexemos em outras linhas que estavam com menos oferta para não deixar a população desassistida", declarou a rádio O POVO CBN.

Outras empresas e greve

Além do encerramento das atividades da Fretcar, outras duas empresas, a Santa Cecília e a Ceará Grande  entraram na justiça com recuperação judicial por falta de opção. "Existe a possibilidade de outras empresas suspenderem, mas é uma análise de cada uma pois ao mesmo tempo que se consegue a postergação de alguns compromissos, por outro lado tem-se que cumprir a rotina diária.

Muitas mobilizações estão sendo feita por parte dos trabalhadores das companhias de ônibus nos últimos dias. Sobre o assunto, Barreira disse que é preciso compreensão da classe pelo momento difícil e o que foi proposto é manutenção dos empregos e benefícios por seis meses.

"Reconhecemos que tem inflação, mas não podemos ser irresponsáveis e concordar com um pleito que as empresas não conseguem pagar e ao tentar colapsar tudo. Isso não é benefício para ninguém", desabafa Barreira.

Onde a Fretcar atuava

De acordo com a empresa, ela atuava na Rodoviária de Fortaleza, Rodoviária de Itapipoca e Rodoviária de Quixadá, no Ceará. E nas cidades de Fortaleza, Jijoca, Quixadá, Camocim, Itapipoca, Itarema, Acaraú e Quixeramobim.

As rotas urbanas eram realizadas para os municípios de Redenção, Guaiúba, Pacatuba, Maranguape e São Gonçalo.

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