Ceará tem que diversificar mais as exportações, além da siderurgia, diz Lucas Fiuza
Diretor da Apex foi o convidado do almoço promovido pelo Lide e destacou as possibilidades de novos negócios para o Ceará e para o Brasil
17:19 | Jul. 01, 2022
Quando o assunto é exportação, o Ceará está indo bem na visão do diretor da Apex, Lucas Fiuza. "Mas tem que diversificar mais, pois, hoje, 60% fica em torno da siderurgia. O setor de calçados, por exemplo, é muto forte e tem que se consolidar, além da agricultura. O ramo das frutas vem ganhando mais espaço", defendeu o executivo, em evento promovido pelo Lide, com a participação de empresarios locais, nesta sexta-feira, 1º.
Os Estados Unidos continua sendo o país com maior relação na exportação com o Ceará e Fiuza acredita que existem mais possibilidade para a abertura de acordos com a América Central e outros países europeus.
Leia mais
Outro ponto defendido pelo executivo é a ampliação de horizontes do que se exportar, não se limitando a produtos e as commodities. Mas, também, os serviços, principalmente, o turismo no caso do Ceará.
"O empresariado cearense está preparadíssimo só precisa deixar ele fazer. Em alguns momentos intervenções das estatais prejudicam, como na questão de licenciamentos, mas as parcerias público-privada podem auxiliar", constatou.
Ele defende que o Estado tem que ser economicamente mais livre. "Espero que tenhamos uma renovação política, pois o ciclo já fadigou e está na hora de renovar, a exemplo do Governo Federal que tem dado abertura para o ambiente de negócios", defendeu Fiuza.
Hidrogênio Verde (H2V)
Presente ao evento, o economista Raimundo Padilha acredita que o Ceará tem um potencial grande e a tendência em exportações é um crescimento.
“Com o H2V e as energias alternativas o Ceará vai sair deste PIB de 2% e dará um salto bem significativo. Com o H2V com facilidade a gente dobrará o PIB atual chegando”, analisa.
O fundador da Abeeólica, Lauro Fiúza Júnior, também faz uma análise sobre o mercado de energias renováveis e destaca as vantagens de se exportar.
“Hoje, o Nordeste é exportador de energia renovável para o Sul do País, mas existe a necessidade brutal de termos linhas de transmissão daqui para lá. Isso é caro e cria-se dependências no fluxo de energia”, pondera.
Mercado nacional x internacional
Após a descoberta do potencial brasileiro atual de energia offshore, avaliado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 700 gigaswatt (GW) e, pelo Banco Mundial, em 1.2 terawatt as perpectivas são outras na sua visão.
“O Brasil tem que acrescentar todo ano entre 4 e 5 GW na sua matriz hoje que é de 180 GW, se você for explorar este offshore para atender a demanda interna leva 400 anos.
Transformando a energia em questão em H2V dá para exportar para Europa e Estados Unidos. “Abre-se esta oportunidade gigantesca do Brasil ser o grande exportador de energia por meio do H2V e o Ceará pode ser uma frente, por meio do Porto do Pecém e da ZPE”, defende.
Exportações futuras
Ainda em fase de elaboração de estudos, a empresa Cobap, há 38 anos atua na produção de papel e embalagens de papelão, em Maracanaú, prepara-se para começar a exportar no fim de 2023. A diretora executiva, Renata Corrêa, conta que atualmente os principais clientes estão no Norte e Nordeste.
“Estamos estruturando internamente os processos e fazendo consultorias com a Apex neste sentido. Desejamos exportar para alguns países, mas tudo está em estudo ainda”, finaliza.
Mais notícias de Economia
- Confira os assuntos econômicos mais relevantes no Ceará, no Brasil e no Mundo
- Acompanhe mais notícias de Economia no Linkedin do O POVO
- Assista ao noticiário econômico nacional no Economia na Real no Youtube do O POVO
- Veja dicas rápidas sobre Educação Financeira no Dei Valor no Youtube e TikTok do O POVO