Postos repassam aumentos nos preços dos combustíveis e gasolina já passa de R$ 8 em Fortaleza
15:31 | Jun. 18, 2022
Um dia após o anúncio da Petrobras de que aumentaria os preços da gasolina e do diesel nas refinarias, o consumidor fortalezense já começou a se deparar com reajustes nos valores cobrados nos postos de combustível da cidade.
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Entre o fim da manhã e o início da tarde, nossa equipe de reportagem visitou postos em diferentes bairros da capital, tais como Centro, Aldeota, Joaquim Távora, José Bonifácio e Benfica.
O valor mínimo do litro da gasolina foi encontrado em um posto na avenida Barão de Studart, onde custava R$ 7,17. Por outro lado, em um posto no Centro a gasolina já estava sendo vendida a R$ 7,89. Naquele estabelecimento, a propósito, o preço cobrado no dia anterior era de R$ 7,19, segundo relataram consumidores.
Mais cedo, em relato à rádio O POVO/CBN, o ouvinte Régio Oliveira relatou ter encontrado preços mais altos em pelo menos três bairros da Capital. " Eu só não vou trabalhar de bicicleta porque é muito longe do meu trabalho. Mas é covardia o preço dos combustíveis. Transitei hoje pela região da avenida Osório de Paiva, ali no Siqueira e no Bom Jardim, e lá tem gasolina sendo vendida até por R$ 7,99. Já no Conjunto Ceará. coloquei gasolina aditivada hoje por R$ 7,49", contou Régio Oliveira.
Na Aldeota, em um combustível onde o litro da gasolina estava sendo vendido a R$ 7,45, o operador Marcos Rogério, de 41 anos, afirmou ter encontrado um posto na BR-116 em que o combustível já era comercializado a R$ 8,02. "Vi a esse preço por lá e quando passei aqui e vi que estava mais barato parei aqui para abastecer. É assim mesmo em um País em que ninguém está preocupado com a população, que tem de arcar com esses aumentos", desabafou.
Diesel
Em um dos postos visitados, na avenida Carapinima, o preço do litro do diesel é o que mais chama a atenção de quem passa por já estar sendo comercializado a RS7,77, superior, inclusive, ao preço do litro da gasolina, vendido a R$ 7,37 no mesmo estabelecimento.
Preços dos combustíveis seguem o mercado internacional
A Petrobras possui uma política de paridade de preços, em que os valores nas refinarias são reajustados de acordo com o mercado internacional, baseado tanto no dólar, como principalmente na cotação do Brent, barril de petróleo.
O barril de petróleo Brent está em alta e a previsão da financeira multinacional Goldman Sachs Group é que chegue a mais de US$ 130 nos últimos 12 meses encerrados em julho e, segundo previsão do Bank of America (BofA), passar ainda os US$ 150 até o fim do ano.
Uma das causas dessa alta é justamente o conflito entre Ucrânia e Rússia, que já impactou na alta do petróleo logo em 7 de março, quando a commoditie atingiu acima de US$ 139, no valor mais elevado desde 2008.
Nesta sexta-feira, 17 de junho, por exemplo, às 11h15min, o Brent estava na casa dos US$ 116,59.
Vai adiantar baixar impostos sobre os combustíveis?
Diante deste cenário de alta dos preços dos fatores que impactam o valor dos combustíveis no Brasil, o consultor de Petróleo e Gás, Ricardo Pinheiro, ex-presidente da associação dos engenheiros da Petrobras, afirma que a política de paridade de preços adotada pela Petrobras irá reverter qualquer economia gerada pelo teto do ICMS em um médio e longo prazo.
"Como a pressão de aumentos de preços não depende necessariamente de mercado interno, nacional, e devido a crises sanitárias e conflitos bélicos acontecendo atualmente, os preços dos combustíveis e energia elétrica estão em processos de elevação e ficarão assim ainda por muitos meses", destaca.
Antes do aumento de preços da Petrobras anunciado nesta sexta-feira, 17 de junho, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) pontua que a defasagem de preços entre o mercado nacional e internacional para gasolina e diesel estava em 16%.
Na prática, o percentual representa o máximo do reajuste de preço possível que deve ser implementado pela Petrobras nas refinarias com atuação no mercado nacional.
Qual foi o aumento de preços da Petrobras sobre gasolina e diesel?
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 17 de junho, novo reajuste para o preço de refinaria da gasolina e diesel. O preço médio da gasolina salta de R$ 3,86 para R$ 4,06.
No diesel, preço médio sobe de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. Aumento vale a partir deste sábado, 18 de junho.
Com isso, o reajuste dos combustíveis nas refinarias vai ser de 5,18% ou R$ 0,20 na gasolina e de 14,26% ou R$ 0,70 no diesel.
Como os percentuais ainda não igualam com o mercado internacional, ainda há alta dos combustíveis represada que não foi repassada ao consumidor.
O preço do gás de cozinha vai aumentar?
A Petrobras ainda informou que não reajustará, por enquanto, o preço do gás de cozinha.
Quanto os combustíveis ainda vão subir?
Cálculo diário com base na política de preços da Petrobras mostra que a defasagem média no preço médio em oferta no Brasil a preços desta sexta-feira, 17, chega a 13% para a gasolina e o novo reajuste da Petrobras repõe 5,2% dando continuidade à defasagem de preços.
A análise foi da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
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Antes do reajuste anunciado, com base na política de preços de paridade internacional (PPI), praticada pela Petrobras, a Abicom estimam que o litro da gasolina nas refinarias deveria estar custando em média R$ 0,57 mais caro.
Ainda segundo o cálculo da Abicom, desde o último reajuste realizado pela estatal, em março, a defasagem real no mercado era de R$ 0,33 por litro de gasolina.
Quanto deve custar o litro da gasolina nos postos de gasolina após o reajuste?
A Petrobras anunciou mais um aumento do preço dos combustíveis nas refinarias a ser repassado aos distribuidores e postos de combustíveis.
A estatal estima aumento de pelo menos R$ 0,15 no preço do litro da gasolina nos postos de gasolina.
Essa previsão leva em consideração somente a parcela de lucro da Petrobras.
Qual o impacto ao consumidor com redução do ICMS?
O Governo Federal projeta que o pacote pode reduzir em até R$ 1,65 o litro da gasolina e em R$ 0,76 o do óleo diesel.
Porém, muitos especialistas divergem desta conta porque não há garantias de que neste período a Petrobras não vai reajustar seus preços, ainda mais considerando que a defasagem média em relação aos preços do mercado internacional é de 17% para gasolina e de 16% para o diesel.
E como a cadeia de combustíveis não é regulada em todas as etapas, também não há garantia de que as distribuidoras não vão mexer na margem de lucro para compensar eventuais perdas.
Mas, a tendência é que, em tese, os preços desses produtos baixem em um primeiro momento, talvez não na proporção estimada pelo Governo, mas voltem a subir com o tempo.
O deputado federal Danilo Forte (União-CE), autor do projeto de lei, projeta ainda uma redução de 1,6% na inflação do Brasil, caso a medida seja aprovada e entre em vigor a partir de julho.
Colaboraram Alan Magno e Samuel Pimentel
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