Após reunião sem acordo, servidores do Banco Central mantém greve
Sindicatos que representam grevistas se reuniram com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, mas encontro terminou sem acordoA reunião do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com os sindicatos que representam os servidores da autarquia terminou na noite desta sexta-feira, 3, sem avanços nas negociações salariais, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, em nota. Com isso, a greve por tempo indeterminado da categoria irá continuar, completou Faiad. Os servidores pedem 27% de recomposição salarial.
"Na reunião de hoje entre o sindicato e o sr Roberto Campos Neto, dia 3/6, às 18h30, não houve nenhum avanço. Nenhuma proposta de reajuste salarial foi feita. Logo, os servidores do BC continuarão com a greve por tempo indeterminado", disse, em nota.
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Segundo um participante do encontro que preferiu não se identificar, a conversa girou em torno da pauta não financeira do movimento dos servidores, que busca a reestruturação de carreira, com pleitos como a exigência do ensino superior para concursos do órgão e mudança do nome do cargo de analista para auditor. Campos Neto teria dito que houve um progresso nessa pauta de reestruturação e que seria enviada para o Planalto.
A reunião foi incluída na agenda de Campos Neto no meio da tarde desta sexta, 3. Logo depois de seu início, o BC divulgou que o Boletim Focus, que há um mês está desatualizado, será publicado parcialmente nesta segunda-feira, 6. Mas Faiad negou que isso tenha sido definido na reunião com Campos Neto.
"A greve tem adesão majoritária e vai continuar a afetar a divulgação da PTAX, a assinatura de processos de autorização no sistema financeiro, a realização de eventos e reuniões com o sistema financeiro e outras atividades. O Pix não vai ser interrompido", reforçou o líder sindical, no texto.
A greve no BC foi iniciada no dia 1º de abril, mas foi suspensa temporariamente entre 20 de abril e 2 de maio, o que coincidiu com o período pré-Copom do mês passado. Agora, se aproxima o Copom de junho, que ocorre nos dias 14 e 15. Parte das projeções de mercado do Boletim Focus é usada no modelo de inflação do BC, que guia a decisão da taxa Selic. Desde o último Copom, as projeções de inflação do mercado para o IPCA de 2022 e 2023 subiram, conforme pesquisas paralelas à Focus, como a do Projeções Broadcast.
Na edição desta sexta, as medianas ficaram em 8,90% e 4,50%, respectivamente. A taxa para 2022 indica novo descumprimento da meta pelo BC este ano, já que a banda superior é de 5,00%. Para 2023, foco da política monetária, a mediana já se aproxima do teto, de 4,75%. O alvo central é de 3,25%.
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