Petroleiros realizam protesto contra venda da Lubnor em Fortaleza
Os manifestantes se concentram no portão A de entrada da refinaria no bairro Mucuripe com intuito de paralisar temporariamente o funcionamento da retirariaO Sindicato dos Trabalhadores na Industria do Petróleo (Sindipetro) do Ceará e Piauí realiza na manhã desta sexta-feira, 27 de maio, a partir das 7h, em Fortaleza, protesto contra o proocesso de venda da refinaria da Petrobras no Ceará, a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor). Informação foi antecipada em primeira mão ao O POVO.
O ato no Estado é uma convocatória para que os demais sindicatos regionais se articulem em uma paralisação nacional em decorrência do anúncio de venda da Lubnor para a Grepar Participações Ltda por US$ 34 milhões na noite desta quarta-feira, 25 de maio. "A nossa luta principal é a denúncia contra essa venda, contra esse governo entreguista que segue vendendo preço de banana todas as riquezas do País", pontua Wagner Fernandes, diretor do Sindipetro do Ceará e Piauí.
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Os manifestantes se concentram no portão A de entrada da refinaria no bairro Mucuripe desde às 6 horas da manhã com intuito de paralisar temporariamente o funcionamento da retiraria para chamar atenção para detalhes do processo de privatização que estão sendo questionados pelo sindicato. Os protestos contam com apoio de vereadores, deputados e movimentos sociais.
"Iremos ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas da União, na Câmara de Vereadoras, em todos os órgãos competentes para investigar e denunciar os escândalos dessa privatização", reitera Wagner. Entre os questionamentos feitos está o valor acertado para compra, que conforme estudo divulgado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), representa cerca de 55% do valor real do aparelho.
Problemáticas com relação ao futuro da operação da refinaria, hoje especializada na produção de cimento asfáltico e óleos lubrificantes naftenicos, e o risco de monopólio também são apontados pelo sindicato. O sindicato revelou ainda, com exclusividade ao O POVO, que nas próximas semanas estará ingressando com uma ação civil pública contra a venda da refinaria.
Críticas a venda da Lubnor
"Não é uma simples refinaria, é uma infraestrutura estratégica, é a única a produzir lubrificantes naftenicos e abastece todo Norte e Nordeste com asfalto e a Petrobras, além de vender por um preço que não paga sequer o terreno onde ela está instalada, receberá o pagamento parcelado e entregará na mão do capital privado o monopólio do setor", argumenta Wagner.
Wagner é uma das lideranças sindicais à frente do protesto e pontua ser "extremamente necessário que a sociedade entenda os impactos dessa venda". Ele ironiza o contexto da privatização ao afirmar ainda que "chamar isso de venda seria até uma gentileza". Wagner argumenta ainda que a Petrobras, além de ter reduzido consideravelmente o valor de venda da refinaria está aplicando uma série de recursos em reformas para entregar a infraestrutura para a Grepar Participações Ltda.
"Eu trabalhei no contexto da refinaria há mais de 14 anos e reformas pendentes desde quando eu entrei estão todas sendo feitas agora, de uma hora para outra, foram mais de R$ 30 milhões em pintura. Teremos outra parada total para manutenção em setembro com impacto de milhões na produção, ou seja, só resta mesmo a Petrobras dar dinheiro para a iniciativa privada", critica.
O sindicato denuncia ainda que a venda da refinaria foi oficializada mesmo 30% dela tendo sido construída em terreno da Prefeitura de Fortaleza.
O POVO questionou a Petrobras sobre o valor da venda da refinaria, bem como sobre as condições e pagamento e a iniciativa de ceder todo escopo de funcionários concursados para a Grepar Participações LTDA operar a planta até que consiga capacitar seus próprios petroleiros. A estatal, porém, não respondeu nenhum dos questionamentos.
*Com colaboração da repórter Mônica Damasceno da rádio O POVO CBN
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