ANS autoriza reajuste de até 15,5% para planos de saúde individual e familiar; maior alta em 21 anos

No Ceará, 344 mil beneficiários de planos individuais e familiares devem ser afetados. O reajuste é válido de 1º de maio de 2022 a 30 de abril de 2023

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou hoje, 26, um reajuste de até 15,5% no valor dos planos individuais e familiares. O argumento é que houve aumento das despesas das operadoras, com procedimentos eletivos, por exemplo, em 2021. A elevação tem aval do Ministério da Economia. O reajuste foi aprovado em reunião da diretoria colegiada por 4 votos a 1.

"O trabalho da agência, a gente foca, acima de tudo, na sustentabilidade do setor, pensando obviamente no melhor para o consumidor, na estabilidade das relações. A viabilidade da manutenção do setor para dar continuidade, entregando às famílias as coberturas assistenciais contratadas", disse o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, durante a reunião.

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Para qual período é válido o reajuste?

Um total de 8 milhões de beneficiários devem ser afetados. Somente no Ceará, pouco mais de 344 mil beneficiários de planos de saúde individuais ou familiares sentiram o impacto da elevação. O reajuste vale para o período de 1º de maio de 2022 a 30 de abril de 2023. Para planos individuais e familiares, o aumento no valor depende de autorização prévia da ANS. O cálculo do reajuste da ANS para 2022 e 2023 teve a concordância do Ministério da Economia. Em ofício enviado à ANS, uma equipe da pasta afirmou que o aumento proposto pela agência deve ser "avaliado à luz dos recentes acontecimentos advindos da pandemia de Covid-19, que impactou drasticamente o setor de saúde suplementar".

NO CEARÁ
PERFIL DO USUÁRIO DE PLANOS DE SAÚDE

Taxa de cobertura: 15,27%
Total de beneficiários: 1.314.143

Beneficiários por tipo de contratação

Individual ou familiar: 344.452
Coletivo empresarial: 818.287
Coletivo por adesão: 150.812
Coletivo não identificado: 9
Não identificado: 603

Fonte: ANS

Como foi em 2021 o reajuste?

No ano passado, a agência aplicou um reajuste negativo de -8,19% para o período de maio de 2021 a abril de 2022. As operadoras não puderam cobrar índices maiores que o definido, mas, sim, aplicar índices menores. A justificativa, na época, foi a queda das despesas assistenciais no ano de 2020 provocada pela covid-19.

"Se por um lado a demanda por tais serviços caiu consideravelmente em 2020, reduzindo os custos das operadoras naquele ano, por outro a demanda reprimida em 2020 foi bastante sentida em 2021, com um considerável crescimento no uso dos serviços dos prestadores de saúde pelos beneficiários, gerando uma elevação nos custos das operadoras, que por sua vez vinham de uma redução nos seus preços desde maio de 2021, além de um congelamento nos preços por oito meses em 2020", apontou a equipe. (Com A gência Estado)

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