Investidores estimam que refinaria do Pecém supra até 50% da demanda de GLP do Ceará

Previsão é que equipamento entre em operação no 1º semestre de 2026 e que gere 3 mil empregos na fase de construção e 150 na de operação

19:20 | Mai. 24, 2022

Refinaria deve ocupar área de 106 hectares no Porto do Pecém e produzir 100 mil barris de combustíveis por dia, a partir de 2026 (foto: Gladison de Oliveira / Complexo do Pecém)

O diretor de logística da Noxis Energy, Gabriel Debellian, projetou em entrevista ao jornal O POVO que quando estiver em operação a Refinaria de Petróleo do Pecém (RPP) tenha capacidade de produzir até 100 mi barris de combustível por dia, dos quais 80% terão destinação para transporte marítimo e 20% para transporte veicular e gás de cozinha (GLP). Quanto a esse último produto, a estimativa dos investidores é suprir até 50% da demanda do Estado.

"Serão combustíveis com teor de enxofre ultrabaixo, ou seja cerca de 0,01%, atendendo a exigências de regiões como os Estados Unidos e a Escandinávia. É um teor equivalente ao que já existe no diesel S-10, produzido no Brasil. Nosso foco será o transporte marítimo, mas também produziremos o próprio diesel, a gasolina e o GLP", detalha o executivo. Ele acrescenta que a refinaria deve iniciar a fase de operações o 1º semestre de 2026 e que o investimento feito será de US$ 1, 2 bilhão.  

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"Estamos agora na fase de licenciamento ambiental, mas acreditamos que o fato de estarmos aproveitando o mesmo terreno que já havia sido previsto para o projeto da refinaria da Petrobras não devemos ter dificuldades de aprovação. Além disso, toda a concepção da RPP é pensada para atender a requisitos de investidores exigentes no que se refere à questão ambiental. Além disso, vamos gerar 3 mil empregos na fase de construção e 150 na fase de operação", afirma. O empreendimento ocupará uma área de 106 hectares, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).

A fim de tratar desse equipamento e sondar novas oportunidades, uma comitiva de investidores brasileiros e israelenses, que integram o projeto, se reuniu com o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará, Maia Júnior, nesta terça-feira, 24, e também com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante.

Entre outros objetivos da companhia, está o barateamento do frete marítimo no Norte-Nordeste, por meio da produção do combustível para embarcações, e a participação na cadeia de produção do chamado hidrogênio verde (H2v), por meio do auxílio na conversão desse combustível em amônia.

Para atender às necessidades de qualificação de mão de obra, Debellian ressaltou, por fim, que, no ano anterior ao início das operações, a RPP realizará um processo intensivo de capacitação profissional.

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