Recorde de bilionários: pandemia teve um novo rico a cada 30 horas no mundo, aponta Oxfam
Os dados da Oxfam mostram também que há 2.668 bilionários no mundo hoje, 573 a mais que em 2020, com uma fortuna que chega a US$ 12,7 trilhões, um aumento de US$ 3,78 trilhões em relação a março de 2020
11:15 | Mai. 23, 2022
A riqueza dos bilionários teve alta recorde durante a pandemia de Covid-19, segundo relatório da Oxfam BrasilA Oxfam Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira sem fins lucrativos criada em 2014. Atuam em três áreas temáticas: Setor Privado, Desigualdades e Direitos Humanos; Juventudes, Gênero e Raça, e Justiça Social e Econômica. Possui conselho deliberativo, um conselho fiscal e uma assembleia geral. Seu escritório fica em São Paulo. direcionado para principalmente para o momento em que os ricos se reúnem em Davos, na Suíça, com o Fórum Econômico mundial, presencialmente, pela primeira vez em mais de dois anos. Dentre os principais pontos trazidos pela entidade, destaque para o surgimento de um novo bilionário a cada 30 horas, em média, durante a pandemia, no mundo.
Durante o mesmo tempo, um milhão de pessoas podem cair na pobreza extrema neste ano segundo o estudo.
Outros aspectos levantados é que a fortuna dos bilionários aumentou, em 24 meses, o equivalente a 23 anos. Setores alimentício e de energia viram suas fortunas aumentarem em um bilhão de dólares a cada dois dias.
Além disso, a Oxfam detalha que preços dos alimentos e da energia subiram tanto, que atingiram seu nível mais alto em décadas. Além disso, 62 novos bilionários do setor de alimentos surgiram.
Extrema pobreza
E, na combinação entre a crise da Covid-19, o crescimento da desigualdade e o aumento dos preços dos alimentos pode fazer com que até 263 milhões de pessoas estejam na extrema pobreza em 2022, "revertendo décadas de progresso". O resultado equivale a um milhão de pessoas a cada 33 horas.
A entidade ainda aponta que os governos têm de implantar com urgência medidas tributárias para taxas os mais ricos, que "devem ser usadas para investir em medidas poderosas e comprovadas para reduzir desigualdades."
O levantamento mostra que um imposto único de 99% sobre os lucros obtidos pelos 10 homens mais ricos do mundo durante a pandemia sozinho poderia pagar:
• pela produção de vacinas suficientes para todo o mundo.
• pelo preenchimento de lacunas de financiamento em educação, saúde universal e proteção social
• pela ajuda a combater a violência de gênero em mais de 80 países.
Os dados da Oxfam mostram também que há 2.668 bilionários no mundo hoje, 573 a mais que em 2020, com uma fortuna que chega a US$ 12,7 trilhões, um aumento de US$ 3,78 trilhões em relação a março de 2020.
Os setores mais ricos
Segundo a entidade, a riqueza bilionária e os lucros corporativos cresceram vertiginosamente, atingindo níveis recordes durante a pandemia, "enquanto mais de 250 milhões de pessoas correm o risco de caírem na extrema pobreza", em 2022, por conta do coronavírus, da crescente desigualdade global e do impacto causado pelas altas nos preços dos alimentos, sobrecarregada, ainda, pela guerra na Ucrânia.
"Este relatório propõe uma série de impostos extraordinários e permanentes sobre a riqueza que poderia aliviar a crise do custo de vida e financiar medidas para proteger e cuidar da maioria da humanidade."
Dentre os que lucraram na pandemia, o relatório aponta as grandes petrolíferas.
"A margem de lucro das grandes petrolíferas dobraram durante a pandemia, ao mesmo tempo, estima-se que a energia deva subir 50% em 2022. O preço da energia teve o maior aumento desde 1973. O preço de atacado do petróleo bruto já aumentou 53% nos últimos 12 meses e o do gás natural, em 148%."
A Oxfam frisa que os bilionários do setor de petróleo, gás e carvão viram sua riqueza aumentar em US$ 53,3 bilhões (24%) em termos reais nos últimos dois anos.
E cinco das maiores empresas de energia (BP, Shell, TotalEnergies, Exxon e Chevron) obtiveram um lucro combinado de US$ 82 bilhões no ano passado – ou seja, US$ 2.600 por segundo. Suas margens de lucro estão em alta há cinco anos, em uma média de 8%.
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