Valor das bolsas a estágios aumenta 14,3%, mas benefícios diminuem, revela pesquisa
Enquanto, em 2021, 22% deles não precisava ou não ajudava no sustento familiar, outros 9% se apresentavam como único responsável pelo sustento de suas respectivas famílias
11:06 | Abr. 28, 2022
O valor das bolsas-auxílios utilizadas como pagamento aos estagiários no Brasil aumentou 14,3%. O salto fez com que a remuneração média dos estagiários saísse de R$ 895,22 em 2020, para R$ 1.023,69 em 2021. Por outro lado, os benefícios seguem uma tendência de queda e se tornam mais raros nas jornadas de trabalho dos estudantes.
Os dados fazem parte de levantamento exclusivo ao O POVO do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em pesquisa encomendada à empresa Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec).
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Jornada reduzida durante semana de provas, auxílio-transporte ou mesmo recesso remunerado estão entre os benefícios menos ofertados pelas empresas no Brasil. A pesquisa do CIEE revela que apenas 78% dos estagiários no Brasil recebem algum valor referente à ajuda de custo no transporte até o local de trabalho. Em 2020, o percentual era de 83%.
Neste contexto, o Ipec constatou a redução de seis pontos percentuais entre 2020 e 2021 com relação ao percentual de estagiários que tinham direito a algum período de recesso remunerado. Além disso, a possibilidade de jornada reduzida durante as provas de cada semestre se fez presente apenas para 34% dos estagiários do País em 2021. Um ano antes, o percentual era de 41%.
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Benefícios como treinamento interno ou assistência média e/ou odontológica são realidades distantes da maior parte dos estagiários brasileiros. O levantamento, antecipado com exclusividade ao O POVO, revela que no ano passado apenas 27% e 14% dos estagiários tiveram acessos aos benefícios citados, respectivamente.
A pesquisa destaca ainda que o tempo médio de contrato dos estágios no Brasil é de 15 meses e que 69% dos estagiários precisa utilizar parte da remuneração mensal para ajudar no sustento familiar.
Enquanto, em 2021, 22% deles não precisavam ou não ajudavam no sustento familiar, outros 9% se apresentavam como único responsável pelo sustento de suas famílias com o valor que recebiam do estágio.
O estudo aponta ainda que 43% dos estagiários brasileiros vivem em famílias cuja renda mensal não ultrapassa dois salários mínimos (R$ 2.424, pois o mínimo hoje está em R$ 1.212). Assim, a despesas com a casa, como contas de luz e água são o segundo principal gasto dos estagiários brasileiros. Na sequência aparecem alimentação, moradia e transporte. No topo está despesas com a própria mensalidade escolar.
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Perfil social dos estagiários brasileiros em 2021
Com relação ao perfil social dos estagiários no Brasil, em 2021, a maior parte destes era composta por jovens adultos, essencialmente mulheres, estudantes de instituições privadas.
Entre todos aqueles que realizavam estágio no Brasil em 2021, 67% se identificação como mulheres e 33% como homens. Do total, 62% eram oriundos de instituições particulares de ensino enquanto 38% eram oriundos do ensino público.
Estágios relacionados ao ensino superior correspondiam a 88% das vagas do País, já estágios de nível médio ou técnico correspondiam a 12%.
A média de idade encontrada pela pesquisa foi de 26 anos, sendo distribuída da seguinte forma:
- 16 a 18 anos: 8% dos estagiários
- 19 a 21 anos: 30%
- 22 a 25 anos: 34%
- 26 a 30 anos: 11%
- 31 anos ou mais: 16%
No que diz respeito a autodeclararão de raça, a distribuição dos estagiários ocorreu da seguinte maneira:
- Branco: 44% dos estagiários
- Parda: 38%
- Preta: 13%
- Amarela: 2%
- Não quiseram responder: 2%
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