Em Fortaleza, 76,5% dos consumidores estão endividados e 24,6% com dívidas atrasadas

No que diz respeito ao valor das dívidas, 18,8% dos consumidores de Fortaleza estão devendo mais de R$ 5 mil. Na sequência, 18% devem entre R$ 501 e R$ 1 mil

11:09 | Abr. 27, 2022

Por: Alan Magno
Endividamento cresce na Capital do Ceará e 24,6% dos consumidores estão com dívidas atrasadas (foto: FERNANDA BARROS)

O número de cearenses com dívidas em atraso aumentou no segundo bimestre deste ano. Entre os consumidores de Fortaleza, estima-se que 76,5% estejam endividados, conforme revela a Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada entre os meses de março e abril.

A taxa é um ponto percentual maior do que a registrada nos dois primeiros meses de 2022, porém, fica abaixo da computada há um ano, no segundo bimestre de 2021, quando índice chegou a 79,6%. Ainda assim, o índice de consumidores endividados e com dívidas em atraso aumentou 2,3% em dois meses.

Assim, conforme levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-CE), por meio do Instituto de Pesquisa (IPDC), entre todos os fortalezenses que compraram algo entre março e abril, 24,6% estão com as dívidas atrasadas. 

A pesquisa pontua ainda que 10,5% dos consumidores com dívidas não terão condições financeiras de arcar com seus respectivos débitos. 

O que mais contribui para o aumento das dívidas?

  • Falta de orçamento e controle dos gastos: 47,6%
  • Aumento dos gastos considerados essenciais: 22,2%
  • Redução dos rendimentos: 21,1%
  • Desemprego: 21%
  • Gastos imprevistos: 18,2%
  • Compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário: 16,4%

Nesse contexto, 58,1% dos consumidores de Fortaleza que estão com dívidas atrasadas afirmam ter atrasado o pagamento em decorrência da necessidade de aplicar os recursos que seriam usados no pagamento da dívidas em outras finalidades "mais urgentes".

Outros 39,4% relatam desequilíbrio financeiro como principal motivo para o atraso, além deles, 4,2% dos consumidores não realizaram o pagamento no tempo devido por estarem questionando a dívida e 2,7% dos consumidores simplesmente esqueceram de pagar no prazo.

Com relação ao tempo de comprometimento de renda dos consumidores com dívidas futuras em Fortaleza, 39,8% dos envidados estão com dívidas por até 11 meses. Aqueles com dívidas parceladas em até um ano somam 35,9% e aqueles com dívidas de menos de três meses são 24,3% dos consumidores.

Principais gastos dos consumidores de Fortaleza:

  • Alimentação: 56,4%
  • Aluguel residencial: 18,6%
  • Educação: 11,1%
  • Tratamento de saúde: 11%
  • Eletrodomésticos: 6,4%
  • Vestuário: 5,5%
  • Eletroeletrônicos: 4,4%
  • Reforma residencial: 3,9%
  • Móveis residenciais: 3,9%
  • Seguros: 1,5%
  • Outros: 0,7%

Entre aqueles com dívidas em atraso, 47,7% estão com pagamento atraso por mais de 90 dias, 28,4% com atraso de até um mês. Os pagamentos com atraso de 31 dias até dois meses representam 15,4% das dívidas. O menor percentual, equivalente a 8,5% dos consumidores, está com pagamento atrasado entre 61 dias e três meses. 

No que diz respeito ao valor das dívidas, 18,8% dos consumidores de Fortaleza estão devendo mais de R$ 5 mil. Na sequência, 18% devem entre R$ 501 e R$ 1 mil. Débitos com valores entre R$ 1.501 e R$ 2 mil representam 16,7% das dívidas, enquanto aqueles com valores acima de R$ 2 mil até R$ 3 mil, somam 14%. 

Em percentual menor, equivalente a 13,7%, estão aqueles que devem entre R$ 1.001 e R$ 1.500. Com o menor valor de dívida, 10,1% dos fortalezenses estão devendo até R$ 500. Por fim, 8,37% dos consumidores da Capital somam dívidas com valores acima de R$ 3 mil até R$ 5 mil.

Recortes sociais do endividamento de Fortaleza:

Gênero: 

Homens: 75% estão endividados
Mulheres: 77,7% estão endividadas

Idade

18 a 24 anos: 73,3%
25 a 34 anos: 83,2%
35 anos ou mais: 74,3%

Por Escolaridade

Ensino fundamental completo ou incompleto: 76%
Ensino médio completo ou incompleto: 75,2%
Ensino superior completo ou incompleto: 80,6%

Por renda familiar mensal:

Menor que 5 salários-mínimo: 77,2%  
De 5 a 10 salários-mínimo: 73,1%
Maior que 10 salários-mínimo:  17,3%

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