Conselho de Consumidores questiona aumento aprovado na conta de luz no Ceará que bate 25,12%

A média aprovada foi de 24,88%, mas para consumidores residenciais a alta é de 25,12%

Antônio Erildo Lemes Pontos, presidente do Conselho de Consumidores da Enel Ceará fez uma participação durante a votação do reajuste, pedindo o apoio da Aneel para avaliação do aumento posteriormente aprovado que varia de 24,18% a 25,12% na conta de luz dos cearenses. "Temos uma extrema preocupação com relação a ao aumento votado na reunião de hoje", pontua Antônio. 

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Ele questiona que ainda em 2021, o reajuste tarifário da Enel foi de 8,95%, "quase o dobro do IPCA e, neste ano, o aumento é de quase três vezes o IPCA, que é a inflação real aos consumidores", argumenta ao destacar uma insatisfação geral dos consumidores.

"Fica difícil para qualquer consumidor aceitar e entender aumentos tão pesados e consecutivos, principalmente vindo de uma empresa que tem deixado muito a desejar no serviço prestado", complementa. 

O Conselho questiona ainda o salto do lucro da companhia, que ficou na casa dos 84% na passagem de 2020 para 2021, em meio à crise hídrica, somando um lucro líquido de R$ 489 milhões em 2021, enquanto em 2020 foi de R$ 265 milhões. 

Para Antônio, o aumento irá gerar prejuízos para a distribuidora: "Acredito que haverá um grande aumento de inadimplência e de furto de energia", argumenta ao destacar que o não aumento real do salário mínimo e a disparada generalizada de preços irão exacerbar a insatisfação dos consumidores com a Enel.

A distribuidora de energia elétrica no Estado, a Enel, pontua que reterá apenas 5% do aumento, repassando o restante para as geradoras de energia e quitação de débitos acumulados pelas ações de enfrentamento à escassez hídrica durante o ano de 2021.

Em coletiva de imprensa logo após a aprovação do reajuste, o diretor de regulação da Enel no Brasil, Luiz Gazulha, reconhece o aumento como expressivo, mas pontua que o reajuste está em patamar elevado em decorrências da crise gerada pelo baixo nível dos reservatórios em 2021, ativação das termoelétricas e influenciada pelo aumento do custo operacional da empresa.

"Nós estamos falando de custo de energia que a distribuidora já arcou ao longo de 2021 e que por meio deste reajuste, será ressarcida pelos consumidores. São custos que a companhia é mera arrecadadora, repassamos para as produtoras, para quitação de empréstimos ao setor energético. Na prática, atuamos apenas como um intermediário para o repasse desses recursos", argumenta.

Ele defende ainda que com a retirada da bandeira vermelha, o efeito prático para o consumidor não será tão intenso e detalha que o furto de energia é um crime e que a empresa, assim como entidades de segurança pública realizam monitoramento constantes dessa questão.

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