O que contribuiu para o aumento da conta de luz no Ceará de até 25,12%

No anúncio do aumento médio de 24,88% na tarifa da energia elétrica para os cearenses, foram expostos os pontos que contribuíram para o encarecimento aprovado

12:35 | Abr. 19, 2022

Por: Alan Magno
Perspectiva é que pressão inflacionária diminua (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A partir do dia 22 de abril deste ano, próxima sexta-feira, a conta de luz dos cearenses aumentará em média 24,88%, variando de 24,18% a 25,12%. O reajuste nas cobranças feitas pela Enel Ceará foi aprovado pela Agência Nacional da Energia Elétrica (Aneel) em reunião extraordinária na manhã desta terça-feira, 19. 

Alta representa mais do que o dobro do percentual esperado pelo Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia) que estimava de 11%.

Pontos que contribuíram para aumento de 30,41%, proposto pela Enel, ser reduzido pela Aneel

  • Ressarcimento de créditos de Pis/Cofins ---> Redução de 2,93% (R$ 201,4 milhões)
  • Fim da bandeira de escassez hídrica ---> Redução de 2,18% (R$ 149,5 milhões)
  • Reversão do risco hidrológico ---> Redução de 2,11% (R$ 145,1 milhões)
  • Remanescente escassez hídrica ---> Redução de 1,99% (R$ 136,2 milhões)
  • Sobrecontratação/exposição de energia ---> Redução de 0,70% (R$ 47.891 milhões)
  • Conta escassez hídrica - diferenciamento de energia ---> Redução de 0,84% (R$ 57,95 milhões)
  • Demais financeiros ---> Redução de 0,52% (R$ 35,47 milhões)
  • Conta escassez hídrica - importação julho a agosto de 2021 ---> Redução de 0,40% (R$ 27,76 milhões)

Posicionamento da Enel

A distribuidora de energia elétrica no Estado, a Enel, pontua que reterá apenas 5% do aumento, repassando o restante para as geradoras de energia e quitação de débitos acumulados pelas ações de enfrentamento à escassez hídrica durante o ano de 2021.

Em coletiva de imprensa logo após a aprovação do reajuste, o diretor de regulação da Enel no Brasil, Luiz Gazulha, reconhece o aumento como expressivo, mas pontua que o reajuste está em patamar elevado em decorrências da crise gerada pelo baixo nível dos reservatórios em 2021, ativação das termoelétricas e influenciada pelo aumento do custo operacional da empresa.

"Nós estamos falando de custo de energia que a distribuidora já arcou ao longo de 2021 e que por meio deste reajuste, será ressarcida pelos consumidores. São custos que a companhia é mera arrecadadora, repassamos para as produtoras, para quitação de empréstimos ao setor energético. Na prática, atuamos apenas como um intermediário para o repasse desses recursos", argumenta.

Ele defende ainda que com a retirada da bandeira vermelha, o efeito prático para o consumidor não será tão intenso e detalha que o furto de energia é um crime e que a empresa, assim como entidades de segurança pública realizam monitoramento constantes dessa questão.

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