Medicamentos podem ficar até 11% mais caros a partir de 1º de abril, dizem farmácias

Em Fortaleza, farmácias já avisam consumidores do aumento. Presidente de sindicato aconselha compra antecipada de remédios

18:03 | Mar. 31, 2022

Por: Redação O POVO
Foto de apoio ilustrativo (foto: Reprodução/Unsplash/Free Stocks)

Cerca de 13 mil medicamentos devem ficar até 11% mais caros em todo o País a partir de 1º de abril. A data vem sendo usada para a atualização das tabelas pelas farmácias a partir do percentual autorizado pelo Governo Federal. Em Fortaleza, algumas farmácias já avisam os consumidores sobre o aumento. A publicação com o percentual correto deve ser feita no Diário Oficial da União (DOU) desta noite.

Esse reajuste, no entanto, nem é obrigatório e nem deve começar imediatamente. Essa decisão leva em conta os estoques nas farmácias e a concorrência no setor, como explica o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini.

Josué Ubiranilson Alves, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos Estado do Ceará (Sincofarma-CE), afirma que a atualização de preços imediata vai depender do quão a farmácia queira ser competitiva.

“O reajuste só entra em vigor a partir de amanhã (1º de abril). Isso leva até 5 dias para chegar ao consumidor final. Mas as farmácias, pela competitividade, podem repassar de imediato ou não”, avalia.

Compra antecipada é vantajoso ao consumidor

Questionado sobre o percentual, Alves admitiu que um aumento de até 11% é o mais elevado “dos últimos anos”, mas ponderou que as farmácias precisam atualizar os estoques e, como os preços nas indústrias foi elevado, era preciso aumentar no varejo de medicamentos também.

Já sobre o consumidor, ele diz: “Como presidente do Sincofarma, aconselho às pessoas que tomam esses medicamentos de uso contínuo para o tratamento de diabetes, hipertensão, artrose e demais que antecipem, porque vale a pena antecipar. Comprem para pelo menos dois ou três meses porque vai compensar.”

No entanto, medicamentos de uso contínuo para doenças crônicas como diabetes e hipertensão são gratuitos, a partir da inscrição dos pacientes no Cadastro Único do Governo Federal. Farmácias do Ceará possuem, inclusive, convênios com a União para a distribuição dessas medicações.

Cálculo do reajuste segue a inflação

O valor do reajuste tem como fator principal a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A taxa definida para este ano é de 10,54% (acumulada dos últimos 12 meses), de março de 2021 a fevereiro de 2022, de acordo com o Sindusfarma. O cálculo leva em conta também a produtividade da indústria e outros custos.

A fórmula foi criada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMed), que é uma entidade composta por vários órgãos do governo, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Procurada, a Anvisa informou ao O POVO que a CMed “ainda não publicou a resolução que define os percentuais de reajuste, relação de medicamentos etc por isso ainda não há detalhes.” 

(Com informações do jornalista Alan Magno e da Agência Brasil)