3,63 milhões de brasileiros buscam ocupação há mais de dois anos

Apesar de melhora no mercado de trabalho, neste início de 2022 12,1 milhões de brasileiros ainda buscam ocupação. Dados da Pnad Contínua também levam em conta mercado informal

Apesar da melhora do quadro do mercado de trabalho no Brasil, com a quantidade de pessoas ocupadas chegando a 94,1 milhões em janeiro, já retornando ao patamar pré-pandemia (94,5 milhões em janeiro de 2020) e queda da taxa de desocupação de 14,7%, em janeiro de 2021, para 11,4%, em janeiro de 2022, essa crise ainda está longe de acabar. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com dados da Pnad Contínua, nesse mesmo recorte, dos 12,1 milhões de desocupados, 3,63 milhões buscam por vagas há mais de dois anos.

 

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Esse quantitativo representa parcela de 30% dos brasileiros atualmente desocupados. Vale lembrar que a Pnad Contínua leva em consideração os dados do mercado formal como também do mercado informal.

"Deve-se ressaltar, no entanto, que apesar dos dados recentes retratarem um cenário mais favorável, o mercado de trabalho brasileiro ainda apresenta uma série de desafios a serem superados. Em que pese a melhora da desocupação, em janeiro, o país ainda possuía um contingente de 12,1 milhões de desempregados, dos quais mais de 30% estão nesta situação há mais de dois anos."

O levantamento do Ipea ainda enfatiza que no último trimestre móvel, encerrado em janeiro de 2022, enquanto o montante de trabalhadores com carteira aumentou 9,3% na comparação interanual, os contingentes de ocupados sem carteira e trabalhadores por conta própria se expandiram 19,8% e 10,3%, respectivamente. "De modo semelhante, mesmo diante de uma recuperação mais forte do emprego formal, a maior parte das novas vagas ainda está sendo gerada nos segmentos informais da economia".

O estudo enaltece, porém, o resultado de melhora da empregabilidade, com menor quantidade de pessoas subocupadas (6,5 milhões), no menor patamar desde o início da retomada do mercado de trabalho, a partir do segundo semestre de 2021. Mas ainda faz previsão pouco otimista para o restante do ano, refletindo um desemprenho mais moderado da atividade econômica.

"Para o restante do ano, embora se mantenha a expectativa de continuidade desse processo de recuperação do mercado de trabalho, o ritmo desta retomada deve arrefecer, tendo em vista a perspectiva de um crescimento menos acentuado da ocupação em 2022", completa.

Perfis e setores

Essa retomada do emprego se deu, em especial, para os trabalhadores mais jovens (desemprego na faixa etária recuou de 29%, em 2020, para 22,1%, em 2021) e com ensino fundamental incompleto (desemprego passou de 23,5% para 18,4% nesse público).

Os setores que se destacam nesse movimento de retomada são puxados pelas contratações dos serviços de alojamento e alimentação (+23,9%), serviços domésticos (+21,7%), pessoais (+14,7%) e construção civil (+17,4%).

Ainda de acordo com as informações da Pnad, apenas os setores de administração pública e saúde e educação não apresentaram crescimento anual de seus empregados formais.

População ocupada: dados dessazonalizados (em milhões de pessoas)
Jan/2017: 89,3
Jan/2018: 91,6
Jan/2019: 92,7
Jan/2020: 94,1
Jan/2021: 85,8
Jan/2022: 94,1

Fonte: Pnad Contínua / IBGE

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