Processo eleitoral da Fecomércio Ceará é mantido pelo TRT7
Pleito está previsto para acontecer no próximo dia 5 de abrilO processo eleitoral que definirá o novo presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio) foi confirmado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT7), após audiência conciliatória realizada nesta segunda-feira, 21. O pleito está previsto para acontecer no próximo dia 5 de abril.
De acordo com comunicado da Federação, “a audiência contou com representantes da Federação e dos sindicatos que questionaram a lisura do pleito. Em comum acordo, os dois grupos que buscam formar a nova diretoria firmaram acordo para a criação de uma comissão tripartite, formada para avaliar e julgar a sequência do pleito. Cada chapa envolvida indicará um representante neste grupo, enquanto o terceiro nome será escolhido pela Fecomércio”.
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Ainda segundo a entidade, o acordo foi mediado pelo Centro de Conciliação (Cejusc) do Tribunal, com a participação dos desembargadores José Antonio Parente e Jefferson Quesado.
Em nota ao O POVO, a chapa de oposição “Renovação e Libertação”, liderada pelo atual vice-presidente da Fecomércio e empresário Maurício Filizola, frisa que os sindicatos que ingressaram com ação questionando o processo eleitoral da Fecomércio consideram que tiveram uma vitória com a exclusão do atual presidente e candidato à reeleição do comando da eleição.
"Agora, o processo eleitoral será conduzido por três membros: um representante de cada chapa e um membro indicado pela presidência da Federação. O maior ganho do processo é a garantia do acompanhamento do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Tribunal Regional do Trabalho (TRT), através do Centro de Conciliação (CEJUSC), para assegurar a lisura do processo eleitoral.", detalha o comunicado.
Já a data da eleição, outro ponto questionado pelos sindicatos, não foi objeto do acordo celebrado no TRT7.
"Antes da ação movida pelos sindicatos, o atual presidente Luiz Gastão tinha o total poder de decidir os destinos da eleição, sendo candidato a reeleição e, ao mesmo tempo, o único responsável pelo processo, com poderes para impugnar os membros da chapa de oposição e isentar de qualquer problema o próprio registro e o dos seus companheiros. O pleito da Fecomércio interessa a toda a sociedade tendo em vista que o presidente da instituição administra, simultaneamente o Sesc e o Senac, entidades do Sistema S, que recebem recursos compulsórios das empresas do comércio para serviços sociais e qualificação profissional", finaliza a nota da oposição.
AO POVO, a chapa "União e Gestão: A Fecomércio que nos representa”, do presidente da Fecomércio, Luiz Gastão, frisou em nota que o também empresário recebeu com tranquilidade a notícia da homologação de acordo entre as partes envolvidas na eleição da Fecomércio, pondo fim assim ao litígio eleitoral que se estendia.
“Estivemos tranquilos desde o princípio, com a consciência de que todo o processo eleitoral fora conduzido da melhor forma, sempre cumprindo as determinações e os prazos exigidos pelo estatuto da Federação, o que foi confirmado pela decisão de revogação da suspensão do pleito”, detalha em comunicado.
Segundo Gastão, "a fim de dar ainda mais transparência e legitimidade ao processo eleitoral", foi acolhida a ideia dos desembargadores Antônio Parente e Jefferson Quesado, de que se criasse uma comissão formada pelas partes interessadas, com pessoas indicadas pela diretoria da Fecomércio, assim como de cada uma das chapas concorrentes.
Entenda o processo
Ação contra a realização da eleição havia sido concedida parcialmente pelo mesmo juiz, e tinha sido interposta por nove sindicatos que pleitearam a suspensão do processo eleitoral em curso, bem como a declaração de nulidade de todos os atos do presidente, Luiz Gastão Bittencourt, desde a publicação do edital
No processo, os autores do pedido, também pediam que a comissão fosse “preferencialmente composta por três membros sem vínculo institucional com a Fecomércio-CE, para que, sob a supervisão do Ministério Público do Trabalho, procedam à análise das impugnações de candidaturas já apresentadas".
"Desta forma se evitaria eventuais interferências dos atuais Presidente e dirigentes da Federação, que compõem majoritariamente a chapa da situação. e tendo em vista, ainda, a impossibilidade de constituição de Comissão pela entidade, em virtude de sua intervenção e a insustentável da situação de controle de uma das chapas sobre a outra estabelecida mesmo antes da intervenção", informa a denúncia.
Ingressaram com a ação: o Sindicato das Empresas de Informática, Telecomunicações e Automações do Ceará (Seitac), o Sindicato das Empresas de Lavanderias do Estado do Ceará (Sindelace), Sindicato dos Representantes Comerciais do Estado do Ceará (Sirecom), Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e afins (Sindieventos), Sindicato do Comércio Atacadista de Medicamentos, Perfumaria, Cosméticos, Higiene Pessoal e Correlatos (Sincamece), Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma), Sindicato do Comércio Varejista de Material Ótico Fotográfico e Cinematográfico (Sindóptica), Sindicato dos Salões de Barbeiros e de Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares de Fortaleza (Sindibel) e Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Fortaleza (Sindialimentos).
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Disputa inédita
Pela primeira vez, em 75 anos de fundação da Fecomércio, duas chapas vão se enfrentar. De um lado, foi lançada no último dia 23 de fevereiro, a chapa "União e Gestão: A Fecomércio que nos representa”, encabeçada pelo atual presidente da Fecomércio, Luiz Gastão, e de outro, a chapa de oposição “Renovação e Libertação”, liderada pelo atual vice-presidente Maurício Filizola, formalizada no dia 14 do mês passado.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Ceará representa um segmento da economia que, de acordo com dados do IBGE, responde por 52,9% do PIB estadual do Ceará, sendo 16,3% referente ao comércio e 36,6% a serviços, ocupando juntos mais de 421 mil postos de trabalho.