Aumento de 24,9% no diesel "gera desequilíbrio" na operação do transporte coletivo, diz Sindiônibus

Empresários vão se reunir para discutir quais são as alternativas. Desde o último contrato de licitação, três empresas deixaram de operar por falta de condições financeiras e mais duas estão em recuperação judicial

O aumento de 24,9% no diesel das refinarias, a partir de sexta-feira, 11, anunciado pela Petrobras, é visto pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) como "preocupante e impossível de absorver". A análise é de Dimas Barreira, presidente da entidade.

A dúvida é se as empresas terão capacidade de conseguir cumprir os atuais termos do contrato de concessão. Vale lembrar que no início deste ano entrou em vigor o reajuste de 8,33% das passagens do transporte coletivo para 2022.

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Em entrevista ao O POVO, Dimas conta sobre os efeitos já causados pelos constantes aumentos dos combustíveis.

"Esse reajuste pegou as empresas completamente de surpresa. Por mais que a gente já vinha em um ambiente de aumentos consecutivos, somente durante o período da pandemia o preço subiu em torno de 65%. Neste ano já tivemos aumento também, mas uma pancada como essa de uma só vez ninguém esperava. Claro que nenhuma empresa tem condições de se preparar para tamanho impacto no seu principal e mais caro insumo dos nossos custos e absorver isso", afirmou.

Para ele, o novo percentual gera um desequilíbrio preocupante, pois o sistema já vinha muito fragilizado. Financeiramente, o impacto ressoa não somente nas empresas de transporte coletivo, como na mobilidade urbana em aspecto geral.

“Desde o contrato de licitação, três empresas deixaram de operar por falta de condições financeiras. Temos hoje duas empresas em recuperação judicial. E todas as demais empresas em situação difícil de gestão de caixa, em posição delicada com fornecedores, com compromissos a cumprir sendo postergados" frisa.

Ele complementa que as empresas ainda decidem quais providências tomar. "Mas o fato é que causa uma certa indignação, pois esses aumentos não impactam somente as nossas empresas, não se trata somente de salvar as empresas de transporte coletivo, trata-se de salvar a mobilidade urbana da cidade, que não pode ter problema de continuidade e o transporte coletivo faz parte dessa infraestrutura da Cidade, do funcionamento da economia”, avalia.

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