Indústria do Ceará encerra 2021 com faturamento em alta, mas queda no comparado a 2020

O dado é de Pesquisa dos Indicadores Industriais, realizada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI)

16:15 | Fev. 16, 2022

Por: Beatriz Cavalcante
Foto da indústria Alyne (foto: Rayane Mainara/Divulgação)

A indústria do Ceará encerrou 2021 com crescimento próximo de zero no faturamento da passagem dos meses de novembro para dezembro (0,6%). É o único resultado positivo do segundo semestre na série dessazonalizada. Com isso, frente a igual período de 2020, o indicador apresenta retração acentuada (-29,3%). Já o Brasil registrou queda tanto frente ao mês anterior (-0,3%) quanto ante 2020 (-7,5%).

O dado é de Pesquisa dos Indicadores Industriais, realizada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e mostra que todos os demais indicadores também terminaram 2021 em declínio na comparação anual.

Quando se olha em relação a novembro, o estudo divulgado nesta quarta-feira, 16, aponta que massa salarial, utilização da capacidade instalada e emprego também apresentaram desaceleração, resultado corroborado pela Sondagem Industrial apresentada na terça-feira, 15 de fevereiro. O rendimento médio acompanhou os resultados anteriores, provavelmente influenciado pela inflação. 

Para o Brasil, nesta mesma base de comparação de passagem dos meses, além de recuo no indicador de faturamento, há variação nula no emprego.

Na análise do Observatório da Indústria da Fiec, destaca-se o caráter mais atenuante das variações no comportamento nacional, tendo em vista um desempenho industrial inferior ao do Estado no último trimestre de 2020.

Já sobre a utilização da capacidade instalada (UCI), dezembro assinalou nova contração frente a novembro, na série dessazonalizada, no Ceará, assim como o Brasil, marcando -0,2 ponto percentual (p.p.) e -0,6 p.p, respectivamente.

Frente a dezembro de 2020, os resultados estaduais (-6,0 p.p) e nacionais (-0,7 p.p) também explicitaram queda, apesar de o resultado cearense ser mais acentuado.

Na conclusão do estudo, o Observatório aponta que apesar de o resultado de vendas do setor cearense ter sido de pequena magnitude, sinaliza uma retomada da indústria de transformação neste indicador.

Resultados de trabalho e renda

Em relação às horas trabalhadas na produção, a indústria do Ceará avançou 12,1%, acima dos 3,3% do Brasil. Frente a 2020, o E estado registrou um declínio de 8,2% e o País cresceu 1,4%.

No indicador que analisa o número de empregos, o Estado apresentou uma redução de 0,2% frente ao mês anterior, além de também marcar retração para o acumulado (-12,2%) e no comparativo de dezembro de 2020 (-6,0%).

Para o Brasil, estabilidade de novembro para dezembro, mas avanço no acumulado em 4,1% e na comparação a igual mês do ano anterior com 3,6%.

Para a análise da massa salarial real, o Ceará teve queda de 18,3% e o País de 1,2% na passagem dos meses.

"Além disso, apresenta-se a mesma tendência quando comparado ao mesmo mês do ano anterior, com variações, para o estado, de -12,7% e de -1,2% para o país. Entretanto, quando analisado o resultado acumulado, os indicadores são divergentes. Enquanto o Ceará marcou -6,5%, o Brasil sinalizou ligeiro crescimento de 0,7%", frisa o estudo.

Já o indicador de rendimento médio real sinalizou reduções de 18,1% no Estado e de 1,4% no País ante novembro. Houve retração ainda nos acumulados (-3,3%) e quando comparado a igual período do ano anterior (-7,1%) no Ceará. E o Brasil seguiu a mesma tendência, ainda que de maneira mais atenuada, marcando -3,2% e -4,7%, respectivamente, conforme a pesquisa.