Vendas do comércio varejista caem no Ceará em 2021; automóveis e material de construção tiveram alta
No comércio varejista, a comercialização de combustíveis e lubrificantes recuou 7,5% em dezembro ante igual mês de 2020 mas ficou em alta de 8,7% em 2021
11:13 | Fev. 09, 2022
O volume de vendas do comércio varejista encerrou 2021 em queda no Ceará tanto na passagem de novembro para dezembro (-1,7%), quanto ante igual mês de 2020 (-8,9%) e no acumulado do ano (-3,3%). O resultado foi positivo de janeiro a dezembro apenas quando se considera o varejo ampliado (7,1%), que inclui veículos, motocicletas, partes e peças.
Mas mesmo na passagem de novembro para dezembro até mesmo o comércio varejista ampliado retraiu (-1,9%) em volume de vendas no Estado, repetindo o movimento de queda (-1,5%) ante igual período anterior.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O que vendeu mais e menos em 2021 no Ceará
No comércio varejista cearense, a comercialização de combustíveis e lubrificantes recuou 7,5% em dezembro ante igual mês de 2020 mas ficou em alta de 8,7% em 2021.
Na análise do conjunto hipermercados, supermercados, produtos alimentícios bebidas e fumo, houve queda de 5,1% em dezembro e de 6,9% no ano. Apenas em hipermercados e supermercados o recuo é de 3,3% no fim do ano e de 5,6% de janeiro a dezembro.
Tecidos, vestuário e calçados variaram 8,3% negativos em dezembro e 0,4% para cima no ano. Já móveis e eletrodomésticos venderam menos nos dois comparativos, com queda de 22,7% e 9,4% respectivamente.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos continuaram em alta, com variação positiva de 3,8% em dezembro frente igual mês de 2020 e 4% no fechamento de 2021.
Livros, jornais, revistas e papelaria voltaram a ter alta no volume de vendas (6,4%) em dezembro, mas acumulou recuo de 25,3% no ano.
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação caíram 14,3% em volume de vendas no último mês de 2021 e ficaram estáveis em 0,3% de janeiro a dezembro. Outros artigos de uso pessoal e doméstico já tiveram resultados de -16,5% e -5,1% para respectivos períodos.
Na classificação apenas do volume de vendas do comércio varejista ampliado, veículos, motocicletas, partes e peças mostraram alta de 17% em dezembro de 2021 frente dezembro de 2020, e de 29,6% no acumulado do ano. Material de construção também teve resultado positivo em ambas as comparações, com crescimento de 23,1% e de 10,5%, respectivamente.
Dados do Brasil
Em dezembro de 2021, o volume de vendas do comércio varejista nacional variou -0,1%, na série com ajuste sazonal, frente a novembro. Já na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista caiu 2,9% frente a dezembro de 2020, a quinta taxa negativa consecutiva nessa comparação. No acumulado do ano, o varejo subiu 1,4%.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas variou 0,3% ante novembro, recuou 2,7% em relação a dezembro do ano anterior e acumulou alta de 4,5% em 2021.
A variação de -0,1% no volume de vendas do varejo em dezembro de 2021, na série com ajuste sazonal, teve predominância de taxas no campo positivo entre os segmentos. Quatro das oito atividades pesquisadas apresentaram avanço: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,2%), livros, jornais, revistas e papelaria (2,4%), móveis e eletrodomésticos (0,4%) e Tecidos, vestuário e calçados (0,4%).
Por outro lado, três atividades tiveram queda entre novembro e dezembro: outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,7%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%). Já o setor de combustíveis e lubrificantes não teve variação (0%) no período.
No comércio varejista ampliado, dos dois setores adicionais, o de veículos, motos, partes e peças (1,2%) registrou alta e o de material de construção (-1,4%), queda. No mês anterior, essas atividades registram, respectivamente, variações de 0,8% e de 0,5%.
Na comparação com dezembro de 2021, o comércio varejista apresentou queda de 2,9%, com predominância de taxas no campo negativo, atingindo sete das oito atividades: móveis e eletrodomésticos (-17,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (-6,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,6%), combustíveis e lubrificantes (-6,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-6,0%), tecidos, vestuário e calçados (-0,5%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%).
A única atividade a apresentar crescimento na comparação com o mesmo mês do ano anterior foi artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,8%).
Ao se considerar também as atividades que compõem o comércio varejista ampliado, a atividade de Veículos e motos, partes e peças registrou variação de 0,3%, enquanto a de material de construção, recuo de 8,3%.
O setor de móveis e eletrodomésticos teve queda de 17,6% no volume de vendas em relação a dezembro de 2020.
A atividade registra sete meses consecutivos de resultados negativos na comparação interanual, tendo exercido a maior contribuição para a composição da taxa do varejo, com -1,8 ponto percentual do total de -2,9%.
O setor encerra o ano de 2021 acumulando perda de 7% com relação a 2020, invertendo trajetória, uma vez que o ano de 2020 acumulou 10,6% com relação a 2019.
A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria recuou 6,8% frente a dezembro de 2020, quarta queda consecutiva (-3,5% em setembro, -7,9% em outubro e -14,1% em novembro).
No ano de 2021, o setor acumulou -16,9%, oitavo ano consecutivo a fechar com perdas. Aceleração da substituição de material impresso por digital, agora também no segmento de livros didáticos, explicam o comportamento da atividade.
O segmento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação mostrou recuo de 6,6% em relação a dezembro de 2020, sexto consecutivo e o nono no ano de 2021. Totalizando os dados do ano de 2021, o setor acumulou perdas pela segunda vez consecutiva: -2,0% em 2021 e -16,2% em 2020.
Já combustíveis e lubrificantes, com recuo de 6,1%, repete trajetória negativa pelo quarto mês consecutivo (-4,2% em setembro, -7,6% em outubro e -7,0% em novembro), após cinco meses de taxas no campo positivo.
A elevação dos preços de combustíveis vem influenciando negativamente o desempenho do setor. No ano, a atividade registrou variação de 0,3%, primeira taxa no campo positivo desde 2019.
O segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos e outros, teve um recuo (-6,0%) mais intenso na comparação com dezembro de 2020 do que havia tido em novembro (-2,6%), na mesma comparação. No ano de 2021, o setor acumulou ganhos em volume de 12,7%, registrando sua segunda taxa positiva consecutiva.
O setor de tecidos, vestuário e calçados, por sua vez, apresentou variação de -0,5% em relação a dezembro de 2020, terceira taxa consecutiva no campo negativo, após oito variações positivas consecutivas anteriores. Mas no ano de 2021, a atividade acumulou alta de 13,8%, revertendo parte da retração (-22,5%) registrada em 2020.
O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de -0,4% frente a dezembro de 2020, registrou a 11ª taxa consecutiva no campo negativo. No ano, a atividade acumulou queda de 2,6%, o primeiro recuo anual desde 2016.
A atividade de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria foi a única a apresentar crescimento nas vendas em dezembro de 2020: 7,8%. No acumulado do ano, com crescimento de 9,8%, o setor demonstra estabilidade no ritmo de crescimento em relação a novembro (10,0%), fechando o ano com ganhos superiores a 2020 (8,3%).
O volume de vendas do setor de veículos, motos, partes e peças variou 0,3% em relação a dezembro de 2020, após alta de 1,8% em novembro. No acumulado do ano, o segmento registrou alta de 14,9%, após ter registrado perdas de 13,6% em 2020.
Por fim, o setor de material de construção teve queda 8,3% em relação a dezembro de 2020, a sexta consecutiva nessa comparação. Mas fechou o ano com taxa positiva (4,4%), embora bem abaixo do crescimento acumulado em 2020 (10,8%).
Resultado positivo próximo dos anos anteriores no País
No ano de 2021, o comércio varejista acumulou 1,4% de crescimento em relação a 2020, ficando bem próximo aos percentuais de crescimento registrados nos dois anos anteriores (1,2% em 2020 e 1,8% em 2021). O resultado é o quinto consecutivo no campo positivo.
Em termos setoriais, 2021 registrou valores positivos para quatro atividades do comércio varejista: tecidos, vestuário e calçados (13,8%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (12,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,8%) e combustíveis e lubrificantes (0,3%).
Por outro lado, quatro atividades acumularam perda nessa comparação: livros, jornais, revistas e papelaria (-16,9%), móveis e eletrodomésticos (-7,0%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%).
No comércio varejista ampliado, as atividades de Veículos e motos, partes e peças e de material de construção acumularam ganhos de 14,9% e de 4,4%, respectivamente, em 2021.
Segundo semestre reverteu parte do avanço no Brasil
Em termos semestrais, o comércio varejista registrou crescimento na primeira parte do ano (6,7%) e queda na segunda (-3,0%). O comportamento foi inverso ao ano de 2020, que teve queda no primeiro semestre (-3,2%) e alta no segundo (5,1%).
Cinco setores fecharam o segundo semestre em queda: móveis e eletrodomésticos (-19,4%), livros, jornais, revistas e papelaria (-9,7%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,6%), Combustíveis e lubrificantes (-3,1%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%).
Por outro lado, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,3%), tecidos, vestuário e calçados (3,8%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,7%) tiveram resultados positivos na comparação com o segundo semestre de 2020.
O comércio varejista ampliado, por sua vez, também registrou queda no segundo semestre de 2021 (-1,7%), sendo que veículos e motos, partes e peças apresentou crescimento (5,5%) e material de construção registrou queda (-8,1%).
Vendas caíram em 19 Unidades da Federação
Na passagem de novembro para dezembro, na série com ajuste sazonal, a taxa nacional de vendas do comércio varejista foi de -0,1%, com resultados negativos em 19 das 27 unidades da Federação, com destaque para: Mato Grosso (-4,7%), Acre (-4,5%) e Rondônia (-4,3%).
Por outro lado, no campo positivo, figuram 8 unidades, com destaque para: Tocantins (1,3%), Santa Catarina (0,8%) e Espírito Santo (0,6%).
Frente a dezembro de 2020, a variação foi de -2,9%, com predomínio de resultados negativos em 21 unidades da Federação, com destaque para: Bahia (-12,9%), Pernambuco (-11,4%) e Sergipe (-11,1%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram: Mato Grosso do Sul (4,1%), Rio Grande do Sul (3,8%) e Espírito Santo (3,8%).
Já no comércio varejista ampliado, a variação entre novembro e dezembro foi de 0,3%, também com predomínio de resultados negativos, em 17 UFs, com destaque para: Acre (-4,6%), Sergipe (-3,0%) e Amapá (-2,9%). Pressionando positivamente, figuram 10, com destaque para: Tocantins (5,8%). Goiás (3,8%) e Espírito Santo (3,6%).
E no confronto com dezembro de 2020, houve queda de 2,7%, com predomínio de resultados negativos em 16 UFs, com destaque para: Amapá (-12,1%), Distrito Federal (-11,3%) e Paraíba (-11,2%). Na outra ponta, figuram 11, com destaque para: Tocantins (10,9%), Espírito Santo (9,5%) e Goiás (8,5%). (Com Agência IBGE)