Fortaleza mira expandir intercâmbio profissional com a China e foca em sustentabilidade e IA

Objetivo é a criação de programas de parcerias técnicas e científicas para desenvolvimento de tecnologias para criação de cidades inteligentes

A China, um dos principais parceiros comerciais do Ceará, caminha no desenvolvimento de pesquisas cientificas em inovação do Estado, em especial Fortaleza. O estreitamento de laços com os chineses é um dos focos do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor) e deve impulsionar o intercâmbio profissional entre a Capital cearense e a cidade de Dalian, centro de referência em desenvolvimento sustentável, logística e inovação no mundo.

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"Nosso principal objetivo é justamente aprender a planejar cidades sustentáveis no século XXI. Acabamos de realizar o primeiro encontro, de muitos que queremos realizar ainda, com pesquisadores de Dalian com foco na recuperação de áreas degradadas ou que passaram a ser subutilizadas", destaca o vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, ao mencionar os planos de parceria com entidades de pesquisa chinesas. 

O gestor discursou em transmissão online da 3° Escola de Verão em Inteligência Artificial na manhã desta quinta-feira, 3. Evento segue até o dia 5 deste mês, sendo promovido pelo Iracema Digital. Encontro reúne pesquisadores brasileiros, do Canadá, China e Estados Unidos para troca de experiência, divulgação de pesquisas científicas e estreitamento de laços com objetivo de realizar parcerias para investimentos em pesquisa e inovação. 

No encontro, Élcio pontua que a partir dos acordos de cooperação já firmados entre o governo do Ceará e a China, a cidade de Fortaleza busca estabelecer negociações próprias para fortalecer a troca profissional. "Temos convicção que a China cumprirá um papel muito fundamental no século 21 no estabelecimento de relações internacionais em prol do desenvolvimento e também da paz no mundo", complementa. 

Com relação a tratativas de parceria com Dalian, Élcio reforça que a o primeiro contato foi promissor e que a troca entre as cidades terá como foco programas de intercâmbio educacional, tecnológico e profissional. Nos próximos encontros, ainda sem data definida, o intuito da Capital cearense é definir programas de incentivo para viabilizar o envio e o acolhimento de pesquisadores, técnicos em planejamento urbano e estudantes entre Fortaleza e Dalian. 

O vice-prefeito de Fortaleza afirma, ainda, que, a partir do estreitamento de relações com Dalian, é de interesse da Capital a construção de parcerias com outras cidades da China. Entre os polos de pesquisa citados estão os de Macau, Pequim e Hong Kong. As áreas de interesse são principalmente para novas metodologias de ensino, logística portuária e inovação tecnologia, voltadas para automação, por meio de Inteligência Artificial. 

Com foco em tecnologia e criação de negócios inovadores, o cearense Alexandre Lobo atua como chefe do departamento de Administração de Negócios da University of Saint Joseph, em Macau. Ele trabalha como ponte para programas de intercâmbio com o Brasil e, durante o evento desta quinta-feira, 3, reforçou o compromisso em dar prioridade para os projetos do Estado. 

"O Ceará, com seu ambiente de desenvolvimento tecnológico que estamos visualizando, que constantemente está se expandindo, é uma grande oportunidade de integração com o desenvolvimento com Macau", afirma. O pesquisador destaca ainda que o hub de comércio exterior do Estado é um diferencial para captação de investimentos chineses e reforça o potencial estratégico de parcerias entre o Ceará e china. 

O principal projeto mencionado por ele diz respeito ao plano chinês de integrar as operações portuárias e de negócios entre todas as cidades presentes na baía de Guangdong-Hong Kong e Macau.

O foco é a criação de uma zona de processamento de mercadoria e transações comerciais mundial e, na visão de Alexandre, o Ceará, se continuar no estreitamento de laços com Macau, deve ter acesso privilegiado ao ambiente de negócios inovadores a ser criado. 

Outra abordagem da parceria é o desenvolvimento de soluções inovadoras para problemáticas sociais como violência, fome e desigualdade. No Ceará, o Instituto da Primeira Infância (Iprede) atua como centro de pesquisa parceiro de Macau. 

"Começamos com a certeza de que nós só poderíamos caminhar mais se associarmos as pesquisas do social, biologia molecular, engenharia biomédica. Você cobra a cooperação de ciências que eram desenvolvidas isoladamente em busca de um único objetivo que é o desenvolvimento de soluções com intuito de reduzir as mazelas sociais e proporcionar uma melhor qualidade de vida a todos", conforme destaca o Sulivan Mota, presidente do Iprede. 

Ele afirma ainda que a parceria com Macau já apresenta "excelentes resultados" e destaca o potencial da exportação de soluções, tecnologias e pesquisas desenvolvidas no Ceará para o mundo. 

Comércio com a China

De janeiro a dezembro de 2021, o peso maior da China nas relações comerciais com o Ceará foi na importação de produtos. Em primeiro lugar vem Estados Unidos, com 27% destas compras de fora, para em seguida vir o país oriental, com 24%. O índice aumentou um ponto percentual antes 2020, quando os chineses representavam 23% das importações.

Nas exportações, a China fica mais atrás, empatada com a Itália em 10º lugar no envio de produtos cearenses para fora, representando 1,4% deste tipo de negociação. Enquanto que em 2020 o país ficava em segundo lugar, com participação de 13%.

Conforme os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), também de janeiro a dezembro de 2021, o Estado exporta 53% de suas mercadorias para os Estados Unidos, seguido de 13% para o México, 3,2% para o Canadá, aí vem Coreia do Sul (3%), Argentina (2,8%), Holanda (2,4%), Chile (2,2%), Colômbia (1,9%), Emirados Árabes (1,6%).

Mas a balança comercial mostra que, em valores correntes (US$ 974 milhões), o país asiático representa 15% do comércio exterior com o Ceará, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, com 38% de participação ou US$ 2,5 bilhões.

Ante 2020, a China perdeu peso, quando tinha fechado aquele ano com 19% de representatividade na balança comercial, com US$ 810 milhões em valores correntes. (Beatriz Cavalcante)

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