Perda do poder de compra: inflação encerra 2021 com maior índice em seis anos e alta generalizada de preços

O resultado de dois dígitos fica quase o dobro da meta para a inflação do País, de 5,25%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)

10:04 | Jan. 11, 2022

Por: Beatriz Cavalcante
Combustíveis tiveram uma das maiores altas em 2021 (foto: Bárbara Moira)

A perda do poder de compra do consumidor brasileiro, indicada pela inflação em 10,06% no encerramento do ano passado, é a maior desde 2015, quando ficou em 10,67%.

Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram divulgados nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice de dois dígitos fica quase o dobro da meta para a inflação do País, de 5,25%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Em seis anos, de 2015 até o fechamento de 2021, a inflação chegou a desacelerar, quando estava a 6,29% em 2016; 2,95% em 2017; e voltou a subir um pouco nos anos seguintes, de 3,75% em 2018; 4,31% em 2019; e 4,52% em 2020, mas ainda sob controle. 

E, no ano passado, o que mais pressionou o aumento de preços foi o grupo transportes, com aceleração de 21,03%, puxado principalmente pelo item combustíveis, que encareceu 49,02%.

Mas as altas nos grupos e subgrupos medidos pelo IBGE foram generalizadas no País, com uma única exceção, o item cereais, leguminosas e oleaginosas, que apresentou deflação em todos os meses de 2021 e encerrou o ano em -13,58%.