Tabelas do Imposto de Renda não são atualizadas pelo Governo Federal
Medida do governo pode ocasionar em mais pessoas com valores retidos e menos pessoas isentas
14:14 | Dez. 24, 2021
Por mais um ano os consumidores não terão previsão de ajuste abaixo da Tabela Progressiva de Imposto de Renda Pessoa. A medida pode ocasionar em mais pessoas com valores retidos e menos pessoas isentas. A falta de atualização também impacta em outros valores relacionados.
A dedução das despesas com instrução que atualmente é de R$ 3.561,50, se fosse atualizado de acordo com a inflação, seria de R$ 8.301,36. Já as despesas com dependentes, que atualmente é de R$ 2.275,08, se fosse corrigido conforme a inflação seria de R$ 5.273,80.
“Esse fato faz com que cada vez menos brasileiros estejam isentos de realizar essa declaração e consequentemente recolher esse tributo. Além disso, os valores a serem restituídos também se mostram cada vez menores”, explica o diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos, por meio de nota.
Isso onera principalmente os bolsos de uma parcela da população que ganha menos e que antes não era obrigada a declarar o Imposto de Renda Pessoa Física e agora passa a ser.
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Segundo análise do diretor Richard Domingos, entre janeiro de 1996 e novembro de 2021, a tabela progressiva do imposto de renda foi corrigida 111,5% (era R$ 900,00 o valor em janeiro de 1996 e passou para R$ 1.903,98 atualmente).
"No mesmo período a inflação medida pelo IPCA foi de 388,32%, impactando em uma defasagem muito grande, de 130,82%. Ou seja, se a tabela tivesse sido corrigida pelos índices oficiais da inflação, o limite atual de isenção, de R$ 1.903,99, deveria ser de R 4.394,84 (mais que o dobro).
Estariam obrigados a entregar a Declaração de Imposto de Renda apenas as pessoas físicas que tivessem rendimentos tributados acima de R$ 65.922,56. Atualmente, é R$ 28.559,70.