Inflação e câmbio 'nacionalizam' os brinquedos

O consumo de brinquedos, um dos itens mais procurados nesse período de festas natalinas, também está sofrendo com os efeitos da inflação neste ano. O dólar mais alto e o custo elevado de insumos e dos fretes, entre outros fatores, têm desafiado fabricantes e varejistas a adotarem estratégias para manter prateleiras abastecidas e produtos com preços competitivos. Antecipar compras e nacionalizar o portfólio foram algumas medidas adotadas.

Em 12 meses até novembro, o preço dos brinquedos acumula alta de 8,96%, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o professor de varejo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ulysses Reis, entre os principais vilões dos preços de brinquedos neste ano estão o valor do dólar, a resina plástica utilizada na confecção dos produtos e o frete, que fazem com que os importados cheguem ao Brasil mais caros do que de costume. O especialista acredita que os brasileiros vão optar por presentes mais simples.

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Para reduzir esse impacto da inflação, a importadora de brinquedos Sunny - detentora de marcas como Patrulha Canina, Playmobil e DC Comics - começou a pensar nas compras de Natal em março, quando fez as primeiras encomendas da data. Este foi o jeito que a empresa encontrou de amenizar os custos com frete e a variação cambial sem ter de repassá-los ao consumidor final. "Mesmo com planejamento, tivemos de reduzir nossas margens de lucro para entregar uma oferta competitiva", diz a diretora de marketing da Sunny, Sharon Czitrom.

Outra solução encontrada pelas empresas foi nacionalizar o menu oferecido aos pequenos consumidores, afirma o fundador da fintech de crédito para importadores Vixtra, Leonardo Baltieri. Na rede de lojas de brinquedos Ri Happy a opção foi investir menos em importados, como bonecas Barbie, e dar preferência a itens de desejo nacionais, como produtos dos youtubers Lucas Netto e Maria Clara, além de clássicos como a Turma da Mônica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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