Se juros subir a 9,5% ao ano, rentabilidade da poupança vai mudar; entenda
Se o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a taxa de juros dos atuais 7,5% ao ano para 9,5% ao ano, a rentabilidade da poupança vai ficar mais atrativaO Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou nesta terça-feira, 7, a reunião de Análise de Conjuntura para decidir sobre mais uma alta da taxa de juros no Brasil. No mercado, a expectativa é unânime de novo aumento de 1,5 ponto porcentual, dos atuais 7,5%, para 9,25%, conforme sinalizado no último encontro, em outubro. O martelo será batido nesta quarta-feira, dia 8, mas, se isso ocorrer, a remuneração da poupança vai mudar.
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Isso porque quando a Selic fica acima de 8,5% ao ano – nível que não era superado desde julho de 2017 –, a caderneta de poupança volta a render de acordo com a regra antiga, com remuneração de 0,5% ao mês, mais a taxa referencial (TR), hoje zerada. O equivalente a 6,17% ao ano.
Já quando os juros estão abaixo de 8,5% a.a., os recursos depositados na poupança rendem 70% da Selic, acrescidos da TR.
Quanto vai render a Poupança com a nova Selic
Ou seja, na prática, para quem tem dinheiro aplicado na poupança, essa mudança é favorável, já que hoje, esse tipo de aplicação conta com rendimento de 0,44% ao mês, equivalente a 5,43% ao ano.
Porém, apesar do cenário positivo para a aplicação, a rentabilidade da poupança ainda perderá para a inflação, que deve fechar 2021 acima dos 10%, segundo as projeções do mais recente Boletim Focus.
Luciane Effting, superintendente executiva de Investimentos do Santander, ressalta, no entanto, que essa mudança só vale para depósitos feitos na poupança depois de 2012, quando a regra de rendimento da caderneta foi alterada para o modelo atual. "Para quem efetuou depósitos antes da mudança, a rentabilidade será sempre de 0,50% ao mês + TR", explica.
Ela destaca que esse movimento pode atrair mais investidores para renda fixa. "Muitos poupadores enxergam na poupança um porto seguro, pelas suas características ou mesmo por um tema cultural, e levando em consideração um cenário de bastante volatilidade que pode se estender nos próximos meses, este pode ser mais um motivo da busca por essa segurança", comentou.
Luciane pontua que a alta da Selic não impacta somente a rentabilidade da poupança, mas também a de outros ativos pós-fixados atrelados ao CDI . "E quando comparamos essa rentabilidade que a poupança irá alcançar com a rentabilidade de um CDB, por exemplo a 100% do CDI, a poupança pode perder atratividade."
Reunião do Copom
Se confirmada, será a sétima elevação da taxa Selic neste ciclo de aperto monetário, que foi iniciado em março, e o nível mais alto desde setembro de 2017.
Nesta terça-feira, 7, participam do encontro o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os outros oito diretores da instituição. Pela manhã, eles realizaram uma análise de mercado e agora pela parte da tarde a reunião tem o viés de análise de conjuntura.
Em declarações recentes, os membros do Copom evitaram antecipar a decisão e também a mira principal da política monetária, que, até outubro, estava em 2022.
No último evento antes do período de silêncio, o diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, disse que o BC tem "todas as possibilidades de combinação" para atuar em relação à política monetária. "O processo é o que importa no próximo Copom. Eu não sei o que vai acontecer", afirmou, em evento do JPMorgan na semana passada.