Europa acelera investimentos em infraestrutura para receber hidrogênio verde; Ceará é visto como grande parceiro

Porto de Roterdã, na Holanda, lançou projeto para substituir cadeia de oleodutos que ligam o porto às cadeias industriais do país e da Alemanha. Suprimento virá de fornecedores como o Ceará, tido como potencial "grande exportador" mundial

A direção do Porto de Roterdã, na Holanda, quer montar um grande complexo de distribuição de hidrogênio que atenda às principais indústrias da Europa. Para isso, foi lançado o plano de infraestrutura "Corredor Delta", que liga o porto às cadeias industriais dos Países Baixos até Colônia, na Alemanha.

Hoje, o Porto de Roterdã é o grande ponto de chegada de combustíveis na Europa (hoje a demanda está centralizada nas matrizes fósseis) e por meio de uma grande estrutura de oleodutos, esses combustíveis chegam às principais indústrias do continente. O plano, segundo diretores do Porto de Roterdã, é que o hidrogênio substitua essa matriz fóssil e os oleodutos sejam substituídos por gasodutos próprios para amônia e metanol, que são subprodutos do hidrogênio verde.

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As afirmações foram feitas pelo gerente do Programa de Eletrificação e Hidrogênio do Porto de Roterdã, Randolf Waterings. Durante participação no painel "O cenário internacional do Hidrogênio - Porto de Roterdã" junto de outros dois gerentes da área de Infraestrutura do porto, na I Fórum Internacional do Hidrogênio Verde, finalizado ontem, em Fortaleza, ele destacou os investimentos em infraestrutura, desenvolvimento de fontes de produção de energia eólica offshore com capacidade de 2,5 GW e um espaço destinado às usinas de eletrólise, que terá como âncora um fábrica da Shell. O plano é que até 2026 a estrutura de distribuição esteja viabilizada.

Ainda assim, a capacidade de atendimento da demanda europeia a partir dessa produção é mínima. Por isso, Randolf destaca que as parcerias serão de vital importância. E é aí que o Brasil e, mais especificamente, o Ceará se beneficiam. O Porto de Roterdã já tem mobilizado uma equipe técnica em busca de parceiros e veem no Estado um grande potencial, por meio do Complexo do Pecém. "Muito importante ter conectores, isso é fundamental. Vejo o Pecém como um importante exportador, já que na Holanda temos a demanda, mas não temos o espaço para produzir."

"Acho muito interessante trazer que o preço é um diferencial do Pecém quando comparamos aos outros países do mundo. Eu sei que com todo potencial eólico e solar do Ceará vocês têm uma grande oportunidade de tornar o Brasil no país que pode ofertar hidrogênio verde pelo valor mais competitivo", afirma.

 

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