Dieese calcula que gasolina custaria R$ 4,79, em média, sem PPI

A chamada Política de Paridade Internacional está em vigor desde 2016 e corrige os valores dos derivados de petróleo a partir das cotações do preço do barril do petróleo e do dólar

17:48 | Out. 26, 2021

Por: Adriano Queiroz
O ÚLTIMO reajuste de preços da Petrobras tem 56 dias, quando aumentou em 4,85% a gasolina e em 8,08% o diesel (foto: BÁRBARA MOIRA)

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou, com exclusividade para O POVO, cálculo feito pela entidade do impacto da adoção em 2016 pela Petrobras da Política de Paridade Internacional (PPI) sobre o preço dos combustíveis no Brasil.

De acordo com Reginaldo Aguiar, supervisor-técnico do Dieese no Ceará, caso tivesse sido mantida a política anterior de correção de preços dos produtos derivados do petróleo no Brasil, a gasolina, por exemplo, estaria em média R$ 2,13 mais barata. Já gás de cozinha estaria R$ 29,33 mais em conta, na média, sem a PPI.

"Para se ter uma ideia em abril de 2016, o litro da gasolina custava R$ 3,71 e o do diesel R$ R$3,02. Já o gás de cozinha custava R$ 53,63. Isso em valores médios. Hoje, esses mesmos produtos estão valendo, respectivamente R$ 6,92; R$ 4,90; e R$ 98,47. Sem a PPI, pagaríamos R$ 4,79 pela gasolina; R$ 3,89 pelo diesel; e R$ 69,14 pelo gás de cozinha", detalhou Reginaldo. 

Com a PPI, a Petrobras leva em conta quanto pode lucrar com a venda dos produtos derivados do petróleo no mercado internacional e, dessa forma, o dólar e a cotação do petróleo acabam por influenciar diretamente os preços desses mesmos itens aqui no Brasil.

De 2016 para cá, por exemplo, o dólar acumulou alta de 74%, e o preço de referência para o barril de petróleo (Brent), que é negociado em dólar, subiu 62%. Além disso, custos com frete marítimo, taxas portuárias e transporte rodoviário também são considerados no PPI.