Argentina e Ceará estreitam parcerias para baratear produtos ao consumidor final

A comitiva liderada pelo ministro Rodrigo Bardoneschi, da Embaixada da Argentina no Brasil, está reunindo com empresários da indústria, do comércio e do turismo cearense para intensificar compras diretas e reduzir gargalos tarifários

17:55 | Out. 05, 2021

Por: Irna Cavalcante
O ministro da Embaixada Argentina no Brasil, Rodrigo Bardoneschi, está no Ceará reunindo com empresários cearenses para intensificar as compras diretas e assim reduzir custos ao consumidor (foto: divulgação/ CBACE)

A Argentina é hoje o terceiro maior parceiro comercial do Ceará. Mas essa relação pode se acentuar ainda mais. Nesta terça-feira, 5, e amanhã, dia 6, uma comitiva encabeçada pelo ministro Rodrigo Bardoneschi, da Embaixada da Argentina no Brasil, participa, em Fortaleza, de uma série de reuniões com representantes da indústria, do comércio e do turismo cearense.

O objetivo é intensificar as negociações diretas com os empresários locais para reduzir os custos de importação e assim fazer com que os produtos argentinos fiquem mais baratos ao consumidor final.

 

A agenda da comitiva começou com uma visita à diretora presidente do Porto do Mucuripe, Mayhara Chaves, para conversar sobre o acordo de cooperação entre a Embaixada da República Argentina no Brasil, o consulado argentino em Recife e a Companhia Docas do Ceará.

A Argentina é responsável hoje por 95% do trigo que abastece os moinhos cearenses. De acordo com o diretor financeiro da Câmara do Comércio, Indústria e Turismo Brasil Argentina no Ceará (CBACE), Hermes Monteiro, o objetivo do encontro, que contou com a participação de representantes dos moinhos, J Macedo, M Dias Branco e Jereissati, era justamente negociar tarifas melhores para entrada do produto no porto.

Ele explica que depois o grupo se encontrou com a gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Karina Frota, e com o presidente da Associação Cearense de Avicultura, Jorge Reis, para avaliar um possível incremento das importações de milho.

Em seguida, o foco foi o comércio varejista, onde participaram de reuniões com o presidente do Sistema Fecomércio Ceará, Luiz Gastão Bittencourt, e grandes redes de supermercados cearenses, como Mercadinhos São Luiz e Pinheiro Supermercados.

Hermes Monteiro explica que normalmente são produtos argentinos que já estão nas prateleiras ou nas indústrias cearenses, mas, ao eliminar gargalos tarifários ou a figura do atravessador, há uma expectativa de que possam chegar com custos mais acessíveis ao consumidor final.

“Se olhar a balança comercial dos três principais estados do Nordeste com a Argentina, quando tem o trigo envolvido, a relação é equilibrada, mas tirando o produto, no Ceará, há um desequilíbrio grande. O que a gente quer com esses encontros é incrementar essas importações, fazendo negociações diretas com os empresários cearenses, eliminando o atravessador, para que os produtos argentinos cheguem com custo menor ao consumidor final”, reforça Monteiro.

Outra frente de interesse da comitiva argentina no Ceará é o turismo. Uma comitiva do Instituto Nacional de Promoção Turística Argentina (Inprotur) vai participar da 48ª Feira Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), que vai ocorrer entre os dias 6 a 8 de outubro, no Centro de Eventos do Ceará.

A diretora executiva da CBACE, Juliana Tosato, explica que o Ceará já é hoje um dos principais destinos dos argentinos no Brasil. Há interesse em fortalecer essa rota, mas também a visita de turistas cearenses ao país vizinho.

“Este é o primeiro evento mundial de lançamento de reabertura do turismo argentino, agora que reabriram as fronteiras. E há uma expectativa de que haja um incremento grande não apenas no turismo de lazer, mas no de negócios”.

A visita da comitiva argentina segue nesta sexta-feira, 6, com encontro com a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, e também à empresa Santana Têxtil, que possui filial na Argentina.